Command & Conquer 3 Tiberium Wars

Command & Conquer 3 Tiberium Wars é a continuação de Tiberium Sun de 1999 e o décimo terceiro (?!) game da série Command & Conquer. Não existe razão alguma para o "3" do título já que Tiberium Sun na época do seu lançamento não foi tratado como segundo exemplar da série. Mas para quem já fez tantos games é fácil perder as contas.

Os desenvolvedores do game original Westwood Studios foram incorporados pela Electronic Arts em 1998. E desde o último game da série, a expansão para C&C Generals Zero Hour de 2003, muitos games de estratégia em tempo real notáveis foram lançados: Warhammer 40,000, Act of War, Company of Heroes e Supreme Commander só para citar alguns. E aparentemente o pessoal da EA LA resolveu ignorar a concorrência e fazer mais do mesmo. Sem mostrar qualquer esforço no desenvolvimento de novidades. Tiberium Wars é velha guarda e se orgulha disso.

Tiberium Wars se passa em 2047 e o mundo presencia o inicio da Terceira Guerra do Tiberium. A irmandade de NOD de novo vai lutar contra GDI (Global Defense Initiative), 'iniciativa de defesa global' para aqueles que precisam de legendas em português, pelo controle do que resta do planeta. Até aí nada de novo, e não vá esperando muitas novidades mesmo.

No decorrer do game é introduzida uma nova facção: The Scrin, uma raça alienígena que vai aparecer do nada só para complicar as coisas. Mas mesmo assim não vai ajudar muito para diminuir aquela sensação de já ter visto isso antes.

A irmandade de NOD teve seu lado fanático religioso terrorista reforçado. O que tem CEP e endereço bem conhecido. Mas realmente Command & Conquer 3 não tem pretensão alguma de incomodar ninguém com terrorismo. Na verdade um dos defeitos ou qualidade, vai depender para quem você perguntar, é que o game não possui pretensão alguma.

Se Tiberium Sun era passado num cenário futurista pós-apocalipse e os mapas reforçavam a idéia de desolação. Tiberium Wars muda um pouco de foco. Temos mais missões em cidades, ou no que sobraram delas, e os mapas lembram bastante os de C&C Generals.

O game possui duas campanhas principais (GDI e NOD) e uma bônus (The Scrin). Há uma grande variedade de missões em cada uma das campanhas. Mas isso nem sempre se traduz em algo positivo. Pois abre caminho para as insuportáveis missões de escolta, ou patéticas missões solo.

A campanha da NOD é relativamente mais fácil que a da GDI, o que não deixa de ser estranho. No entanto a última missão da campanha da NOD é a mais difícil do game, disparado. Detalhe o game possui duas missões passadas no Brasil!!! Parte da campanha da NOD. Mas não vá esperando encontrar pontos turísticos ou coisas assim. Pois não há nada nos mapas que lembre o Brasil maravilha. Curiosidade: a Amazônia no game se transformou num deserto. Nisso eles talvez não estejam longe da verdade...

Em geral Tiberium Wars é um game de RTS (Real Time Strategy, ou para aqueles que estão esperando a versão dublada da FOX, estratégia em tempo real) onde a estratégia pouco importa desde que feita no tempo certo. Tudo precisa ser bem cronometrado ou é uma derrota na certa. Em muitas missões você precisa cumprir um ou dois objetivos e se você cumpri-los a tempo era isso: fim de missão. Mesmo se você estiver sendo massacrado e que alguns segundos a mais signifiquem sua total aniquilação.

Como qualquer outro exemplar da série Tiberium Wars a narrativa é estruturada na forma de vídeos com personagens interpretados por atores de verdade. O 'elenco' do game conta vários atores de seriados americanos como Josh Holloway de Lost, Tricia Helfer e Grace Park de Battlestar Galáctica e Jennifer Morrison, a Dra. Cameron de House. Mas quem rouba a cena é Billy Dee Williams de Star Wars no papel de um improvável chefão da (GDI).

O game abandona várias das novidades incluídas na série a partir de Generals. A interface gráfica voltou a ter uma barra lateral, parecida com a de Tiberium Sun, e de novo você não pode construir dois prédios ao mesmo tempo. Nem ao menos deixar um deles na espera. O game também tem aquela irritante limitação de espaço para colocar novas estruturas, o que acaba transformando sua base num amontoado confuso de estruturas.

O novo engine 3d é um dos pontos fortes do game e um grande avanço em relação ao engine de C&C Generals, que era capaz de consumir todos os recursos do seu computador não importa qual fosse o sistema. Os desenvolvedores do game optaram por dar suporte a sistemas mais antigos, afinal usuários de RTS não costumam ter supercomputadores. Mas ainda assim se saíram com um game que é visualmente impressivo.

Se as duas campanhas do modo single player não são lá essas coisas, o multiplayer compensa grande parte da ação repetitiva do game. Com suporte para até 8 jogadores online e dezenas de mapas o multiplayer é simples e direto. A game trás ainda como novidade o suporte para clãs e "leaderboards", quadro de líderes, para aqueles que estão esperando a versão dublada da FOX, que mantém o escore dos melhores jogadores.

Enfim Command & Conquer 3 Tiberium Wars é o equivalente a um desses filmes de Hollywood com orçamento de milhões de dólares, cheio de efeitos especiais e apresentação caprichada, mas deixando o confete e a purpurina de lado a coisa toda se resume na repetição de uma fórmula que já vem sendo usada há quase vinte anos. Tipo se até as criaturas evoluem, já era hora dos games para PC.

Saulo Gomes

Prós: Bons gráficos e excelente suporte para multiplayer.
Contra: Nada de novo ou realmente interessante. Repetitivo.