The Crew

A ZeroZen não fez a primeira, mas irá fazer a última resenha de The Crew. Ela vai ser rápida, pois o jogo está acabando. Depois de 10 anos, a Ubisoft resolveu delistar o game de todas as plataformas. Mas garantiu que tudo estaria funcionando até 31 de março de 2014. E, claro, acreditar na Ubisoft é acreditar no Papai Noel, no Coelhinho da Páscoa e na paz no Oriente Médio. Ou seja, após uma certa idade a gente percebe como isso é ridículo...

Antes de mais nada, por que essa revista digital está dando tanta importância a um game como esse? Simples. Nós somos Cheap Influencers. Praticamente, uma vez por semana, a gente resenha jogos baratos. E a Ubisoft fez uma grande promoção no caso de The Crew. 90% de desconto. Isso claramente chamou a atenção da ZeroZen. Um jogo que custa R$ 149 vendido por apenas R$ 14,90? É o tipo de oferta que a gente não deixa passar.

Claro que a Ubisoft estava querendo ganhar uns trocados antes de encerrar o game em definitivo. Só esqueceu de avisar. De qualquer forma, a The Crew é uma mistura de mundo aberto com jogo de corrida. A produtora Ivory Tower apostou em um único detalhe para vender o jogo. Ela fez o maior mapa já produzido para um game, baseado em um mundo real.

O grande - e talvez único - trunfo de The Crew é poder correr pelos Estados Unidos. O mapa é mesmo imenso, com algumas das suas principais cidades sendo mostradas em detalhes. Como se trata de um país continental, a diversidade está presente. As corridas passam por planícies, estradas, plantações, cadeias montanhosas, vales, florestas, praias, desertos, e por aí vai...

A história é banal. Os diálogos constrangedores, as vozes dos atores beiram o amadorismo. Na trama, o jogador faz o papel de Alex Taylor. Ele inicia o game ajudando seu irmão. Até aí, tudo bem. O detalhe é que o irmão é chefe de uma famosa gangue que age por todos os Estados Unidos. As coisas dão errado e o irmão de Alex termina assassinado. Só que quem leva a culpa? Isso mesmo, o jogador. Sim, a gente já viu isso antes, várias e várias vezes.

Alex vai para a cadeia. E nem adianta recorrer ao STF. Até porque ele mora nos EUA. Enfim, depois de alguns anos na prisão, Alex recebe uma “proposta” (hein? como?) do FBI. Sim, a polícia pede ajuda para prender quem matou seu irmão. Ele aceita e parte em busca de vingança pessoal. A partir daí o jogador passa a receber ajuda de alguns personagens, enquanto vai conquistando as regiões dos Estados Unidos, que são cinco: Costa Oeste, Costa Leste, Estados Montanhosos, Centro-oeste e o Sul.

Para conseguir seu objetivo, Alex se infiltra em uma gangue de corridas clandestinas chamada 510s. E passa a sabotar suas atividades, até conseguir conquistar cada uma das regiões. A ideia é permitir que o jogador não fique apenas fazendo corridas. Ou seja, é possível realizar algumas atividades para diversificar a jogabilidade. Dá para caçar um carro em fuga e tentar destruí-lo. Ou levar uma pessoa a um determinado local num curto espaço de tempo. É tudo muito repetitivo e sem inspiração.

No quesito gráficos, The Crew já mostrava problemas em 2014. Até dá para entender, como a ideia era ter um mapa completo dos Estados Unidos, algumas partes estão mais detalhadas do que outras. Inclusive, o jogo envelheceu mal. Em certos pontos a falta de capricho é evidente. Somente as cidades mais conhecidas receberam um pouco mais de carinho.

Os carros são poucos, a física é bem ruim. O som dos motores é problemático, afinal de contas, ele muda de veículo para veículo e isso nem sempre acontece no game. As possibilidades de tunagem são restritas, o que é um pecado mortal em um jogo como The Crew. Pelo menos as sete rádios existentes funcionam e cumprem bem o seu papel.

Agora... Eis o verdadeiro motivo dessa ser a última resenha de The Crew. A ZeroZen resolve instalar o jogo. Aproveitar para pegar alguns troféus e ficar jogando até o servidor ser desligado. Só que a Ubisoft se adiantou e já tirou o time de campo. Quem tenta acessar recebe uma mensagem indicando erro #3_589f57fb_98. O que isso significa? É a Ubisoft dizendo: "quem mandou comprar o jogo em oferta?".

Moral da história? Acreditar na Ubisoft, no Papai Noel, no Coelhinho da Páscoa e na paz no Oriente Médio? Não dá certo. Após uma certa idade a gente percebe como isso é ridículo...

J. Tavares

Prós - Mapa completo dos Estados Unidos

Contras - História banal, poucos carros, bugs e mais bugs, problemas com servidores (no caso, nenhum deles está mais funcionando).