Stray

Você quer impressionar sua namorada com o jogo do gatinho da Sony? A ZeroZen está aqui para ajudá-lo. Vá de: Cat Quest. 1 ou 2, tanto faz. E admita logo de cara que você não tem dinheiro para jogos de TRÊS dígitos! Que negócio é esse?

Não é à toa que vários jogos japoneses (SMT, Persona 5) têm gatos como personagens. Assim, Stray é, digamos, a coroação de uma tendência tipicamente nipônica. Os japoneses realmente gostam de gatos... Tinham que provar o churrasquinho de gato brasileiro. Uma especiaria da cozinha local.

Em essência, Stray ficou famoso por ser o jogo do gato que os donos de gatos jogavam com o seu gato do lado para ver a reação do felino. Para a distribuidora Annapurna nunca foi tão fácil ganhar dinheiro. Embora, o melhor jogo do seu cat-álogo é Neon White.

Stray é um RPG felino? Ou cosplay cat influencer? Bem, sejamos honestos, Stray é, no mínimo, melhor que Goat Simulator... O que já é alguma coisa. A trama começa quando um bando de gatos está dando um passeio matinal. O jogador, é claro, controla um desses felinos. Então é preciso dar um pulo difícil. Todos os integrantes do bando conseguem. O gato do jogador hesita, erra o tempo e cai em um abismo. Os demais gatos olham para baixo e pensam: "cada um com seus problemas".

Então, o gato vai parar em um mundo distópico povoado por robôs. Aparentemente, os humanos se foram há muito tempo. Nenhum deles vive nessa cidade. A partir desse fiapo de história é que Stray se desenvolve. E o que um gato pode fazer para resolver esse mistério? Coisas de gatos como arranhar móveis, dormir, ou sair pulando de telhado em telhado...

Assim, Stray é essencialmente um jogo “triple AAA” com uma pegada indie e o potencial de um screen saver. Já chegamos nisso? Pasmem! Em sua essência trata-se de um jogo de plataforma. É gratuito para quem assina o plano Extra da nova PSN PLUS. E um detalhe importante: é jogo curto. Mesmo explorando todas as possibilidades, fazendo as missões secundárias, que nem são tantas assim, é possível terminar o game entre 4 e 6 horas.

Os maiores problemas de Stray estão na jogabilidade. O jogador não vai sair atirando em tudo que se mexe. Afinal de contas, você é um gato. A ideia é agir como um. Não há necessariamente um combate. O mais próximo disso acontece na fase dos esgotos. No geral, o gato faz o que a natureza manda, ou seja, foge.

Então, basicamente Stray se resume a uma série de pulos pré-determinados. O jogador só precisa escolher o caminho, pressionar X e o gato dá um pulo automático e certeiro. Não parece muito empolgante e não é mesmo. Aliás, Stray só não provoca mais tédio porque termina rápido.

Mesmo os puzzles que poderiam ser o grande atrativo do jogo, são realmente muito simples. O desafio em Stray é praticamente nulo. Toda a ação se torna repetitiva antes mesmo da metade da trama. Aliás, todo tempo parece que o game quer que o jogador esqueça os defeitos e se concentre em ser um gato.

Aliás, esse parece ser o game perfeito para quem não gosta - ou não sabe - jogar videogames. Resumindo: quando a Sony lança um “jogo” como esse é o fim. É porque se acabaram todas as idéias... E agora tá valendo tudo.

Saulo Gomes

Prós: Ambientação e direção de arte.
Contras: Jogabilidade repetitiva, pulos previsíveis.