Serious Sam 2
Duas das maiores invenções da humanidade foram os comandos CRTL+C e CRTL+V. Para quem ainda não sabe significam copiar e colar no Windows. E isto foi fundamental para poupar uma enorme quantidade de trabalho para as pessoas. De repente não era preciso, por exemplo, rescrever todo um trabalho escolar. Bastava uma simples e rápida ação no teclado.
Bem, a filosofia do CRTL+C e CRTL+V chegou também ao mundo dos games. O pessoal da Croteam, desenvolvedora de jogos da Croácia, criadores de Serious Sam, escolheram o caminho mais fácil e realizaram uma continuação que é uma cópia, fiel, fidedigna e exata do primeiro game. E, por incrível que pareça, se deram razoavelmente bem. Serious Sam 2 é em vários aspectos melhor que a primeira edição. Muito provavelmente, os programadores devem ter levado menos de 10 minutos para completar a tarefa.
Logo, a ZeroZen não poderia deixar de inovar mais uma vez oferecendo para seus leitores a primeira resenha CRTL+C e CRTL+V da história dos games. Como a Croteam fez tudo igual nós também temos o mesmo direito. Por isso, a verdade é que os desenvolvedores de jogos para computador chegaram, aparentemente, num impasse: fazer jogos onde a ação se resuma basicamente numa carnificina sem sentido ou desenvolver uma história com começo, meio e fim, equilibrada por doses generosas de carnificina sem sentido. Se levarmos em conta que desenvolver o enredo para um game como, por exemplo, Half-Life demanda algum trabalho, sem falar tempo e dinheiro.
Serious Sam 2, distribuído no Brasil pela Greenleaf, dentro da série Economic Line, pretende de alguma forma emular a diversão da velha escola dos jogos de primeira pessoa (Doom, Duke Nuken 3D). Isso se traduz na falta de uma de inteligência artificial apurada, um roteiro bem definido ou qualquer avanço feito no gênero nos últimos anos. Com exceção da área técnica de som e imagem. Onde Serious Sam 2 se sustenta muito bem.
No game você comanda o veterano das Forças Especiais "Serious" Sam Stone, A história começa num futuro distante, quando a Terra como nós conhecemos não mais existe. Destruída por um alienígena do mal. Os sobreviventes resolvem mandar Sam para uma missão especial: retornar no tempo ao Egito antigo para impedir a destruição da humanidade. O quê diabos os alienígenas estão fazendo no Egito antigo? Por que existe munição infinita para todos os lados? O quê zumbis sem cabeça, mutações genéticas e monstros alienígenas tem em comum?
Mas se você estiver prestando alguma atenção- o que deve ser difícil- já deve ter percebido que Serious Sam 2 é um daqueles jogos de primeira pessoa do tipo: não faça muitas perguntas, apenas atire em tudo que se mova.
Serious Sam 2 é um jogo tipicamente arcade (possui até contagem de pontos!!! ) e sua ação está totalmente enraizada no estilo. Os inimigos vem em levas, os chefões de fase vão ficando progressivamente maiores e mais difíceis sem contar que a supracitada falta de um enredo mínimo que dê alguma lógica para o que está acontecendo. Analisando friamente Serious Sam 2 é um Blood (do longínquo ano de 1997) em amplos espaços. A diferença é que Blood era infinitamente mais divertido.
São 15 níveis e muitos, mas bota muitos nisso, inimigos. As missões seguem a rotina empurre rocha, ache entrada secreta. A diferença é que em Serious Sam 2 você, praticamente, não tem tempo para pensar ou ficar parado. A ação é quase continua. Os inimigos vêm sempre em bandos, tirando vantagem dos amplos cenários. A coisa funciona no melhor estilo: se você chamá-los eles virão. Os adversários controlados pelo computador não se desviam ou mesmo possuem qualquer estratégia de ataque. Eles simplesmente correm atirando para cima de você.
O grande destaque de Serious Sam 2 é o seu poderoso engine 3D, desenvolvido pela própria Croteam. Capaz de suportar um número absurdo de personagens na tela. Sem falar nos enormes cenários, que infelizmente não conseguem fugir do padrão arena de combate. O engine é bastante flexível no que diz respeito a configuração e sistema mínimo. O usuário com um computador de médio porte, como um Pentium II, não terá dificuldades para rodar Serious Sam 2. Vale ressaltar que o game ainda oferece uma série de opções inéditas para quem possui uma placa aceleradora 3D, como filtros especiais e outras frescuras.
No fim, Serious Sam 2apesar de não possuir uma inteligência artificial digna de nota e sua ação parecer incrivelmente datada, ainda assim , é um desafio em tanto. Fãs da velha escola de jogos em primeira pessoa, como Doom e Duke Nuken 3D, vão se sentir em casa. Sem contar que, hoje em dia, não se encontra muitos bons games de primeira pessoa por um preço tão acessível.
Prós: Amplos cenários, uma infinidade de inimigos, bom multiplayer.
Contra: Não faz sentido algum, inteligência artificial mínima.
Requisitos de Sistema
Windows 95, Pentium II 300Mhz, 64 MB
RAM, Placa aceleradora 3D.