Puzzle Quest 2

Depois do decepcionante Puzzle Quest: Galactrix, tendo como pano de fundo aventuras especiais, havia alguma expectativa que Puzzle Quest 2 colocasse as coisas de volta no caminho certo. Mas o jogo parece ser uma espécie de downgrade, mudou apenas para parecer ainda mais retro. Agora, como algo feito para o Playstation One.

Desenvolvido novamente pela Infinite Interactive e lançado, inicialmente, para NDS e XBOX 360 (apenas via XBLA), Puzzle Quest 2 é essencialmente mais do mesmo. Só que desta vez, como era de se esperar, sem o mesmo impacto do primeiro game.

O cenário é familiar a qualquer RPG: existe um herói e uma cidade em perigo. E é tarefa do herói salvar todos cidadãos do perigo iminente. Mas a história por trás dessa ameaça não chega a empolgar, ou fazer muito sentido. Ao menos estão de volta os suspeitos usuais: Necromancers, Dark Elves, Orcs e outros tipos manjados de jogos do gênero.

O jogador tem quatro classes para escolha: Barbarian, Sorcerer, Assassin e Templar. Como em Puzzle Quest: Galactrix, não há diferenças entre as classes; um assassino não tem vantagem alguma para abrir portas, nem um bárbaro tem no combate. Pelo menos cada classe tem magias e armas exclusivas. Curiosidade: você só pode nivelar o seu herói até o nível 50, e acredite: isso vai acontecer bem antes do último chefão “Gorgon”. O que é meio estúpido...

Inclusive a grande mudança na jogabilidade é a inclusão das supracitadas armas, que é bem-vinda e realmente aperfeiçoa o jogo. Mas que torna, depois de algum tempo, a coisa toda uma repetitiva caça aos “actions points” para poder usá-las. Já que armas, em geral, são menos dispendiosas e fáceis de ‘recarregar’ do que algumas magias.

O jogo, à primeira vista, pode parecer um pouco mais fácil. Inclusive o jogador não é mais punido se fizer um "movimento ilegal". O que é no mínimo simpático. Sendo que a inteligência artificial também está menos psicótica e tendenciosa. Mas nem por isso as partidas serão menos demoradas. Pelo contrário. Se a idéia é matar tempo, Puzzle Quest 2 vai com certeza agradar aqueles que não tem nada para fazer.

Diga-se de passagem, quem achou que seria interessante que chefões tivessem a habilidade de fazer dano de ‘999 HP’ de uma sentada só, realmente não tinha nada para fazer.

Outra vez o jogo segue o nem sempre agradável conceito de usar mini-games para tudo: abrir uma porta, desabilitar uma armadilha, até mesmo para saquear um inimigo derrotado, o popular “looting”, uma das habilidades mais comuns num RPG, é feito a partir de um mini-game!!! O que é o fim da picada.

Diga-se de passagem, nunca o limite de cinco magias, spells, pareceu tão limitador. As magias que você aprende durante o jogo em, advinha, outro mini-game, a maioria sequer são utilizadas. Não por falta de interesse, mas por falta de espaço.

Já o design gráfico é, no mínimo, questionável, quase arcaico, a poucos passos de um RPG para celular. Talvez a idéia seja mesmo lançar o jogo no futuro para celulares. O que, convenhamos, não é má idéia... Vale lembrar que Puzzle Quest foi lançado para iPhone.

Por outro lado, uma coisa que merece atenção é a música de fundo, mais climática e sombria e menos pomposa e irritante do que a do jogo anterior. O quê num game no qual você vai passar horas e mais horas jogando é realmente importante.

No final das contas Puzzle Quest 2 parece pregar para o convertido. Não há realmente nada aqui, que vá agradar quem não tenha jogado o primeiro jogo, ou mesmo Galactrix. Mas para aqueles que já estão viciados certamente vão encontrar algo para controlar a fissura por mais algum tempo.

Saulo Gomes

Prós: Aperfeiçoa a arte de como matar o tempo...
Contra: Pena que para isso torne o jogo mais tedioso do que divertido...

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