Persona 3 Portable Remastered Edition
Lançado originalmente em 2009 para o PSP, Persona 3 Portable(P3P) fazia parte da idéia de gênio da Sony para alavancar as vendas do PSP: refazer jogos de sucesso no PS2 para o PSP. Isso no geral não deu muito certo, como era de se esperar. Apesar de P3P poder ser visto como uma exceção. O game foi bem sucedido. Mas não o suficiente para mudar alguma coisa no mercado de jogos portáteis dominado pela Nintendo. No qual a Sony queria meter a mão.
Persona 3 Portable é, em tese, um precursor do movimento “me too” e tem agora um MC, Main Caracter (personagem principal) feminino. A grande mudança no jogo, em relação a sua versão original para o PS2. Já no “Velvet Room” Margaret é substituída por Theo por alguma razão. Isso era realmente necessário? Não. Muda alguma coisa? Alguns diálogos e picuinhas insignificantes.
Igor, por outro lado, continua o mesmo e não foi mudado por uma velha decrépita ou algo no gênero. Detalhe: o ator que fazia a voz de Igor, Isamu Tanonaka, morreu antes do lançamento de Persona 5. E P3P foi um dos seus últimos trabalhos para franquia.
Aigis, também continua a mesma. O que levanta mais perguntas do que respostas. Aparentemente, robôs não fazem parte do “me too”.
Quanto à estória: a coisa toda continua a mesma. Só que agora com um protagonista feminino. Faz alguma diferença? Não. Você ainda tem que salvar o mundo da destruição e ninguém pode ou vai ficar sabendo disso. Mas há algumas mudanças pontuais aqui e ali.
A coisa toda foi feita, originalmente, para o lançamento no PSP a toque de caixa. Junpei, por exemplo, ainda se referia à protagonista como “dude” ou “him”. É sabido que Junpei não entende nada de mulheres, mas isso é errado. E a Atlus teve tempo de sobra para corrigir isso...
Essa é, digamos, a versão raiz de Persona 3 Portable. Todas as mudanças feitas para o PSP estão nessa para o PS4. Co-op? Direct commands? Foi tudo mantido. E nada foi mudado. Inclusive aquela aleatoriedade típica de Persona 3 do PS2, que incomodava muita gente, está aqui de volta.
Porém ao contrário da versão do PSP, essa versão do PS4 tem troféus. A maioria é básico. Mas para platinar você precisa vencer Theo/ Margaret. O que definitivamente não é fácil, mas com certeza é uma platina merecida.
Essa é supostamente uma edição "remasterizada". Mas realmente não aparenta. Enfim, Persona 3 Portable continua sendo o mesmo jogo de antes, mesmo não tendo mais nada de “Portable”. E isso é o suficiente. Agora só falta para o PS4 ter toda franquia "persona" três jogos: Eternal Punishment, Innocent Sin e Persona 3 FES, que realmente merecia uma remasterização. Até mais do que Persona 3 Portable! Ok, falta também o primeiro para o PS1, mas quanto menos falarmos sobre ele melhor.
Mudanças em relação à versão original
Direct commands – Em Persona 3 para o PS2 não era possível controlar todos os membros de sua equipe. A explicação para isso era estranha, mas fazia algum sentido. O personagem principal é que era importante e seus companheiros de equipe nem tanto. Assim o time do eu sozinho tomava conta. Na versão portable isso foi mudado para ficar mais parecido com a jogabilidade de Persona 4. O problema é que tendo que escolher a função de cada um de seus companheiros acabava tornando o jogo bem mais lento. E contribuía para acabar com a bateria do PSP bem mais rápido. Também poderia se dizer que o MC feminino não era tão importante quanto o masculino. Mas não vamos entrar nessa...
Co-op – Às vezes no Tartarus alguém de sua “equipe” vai se oferecer para ajudá-lo numa jogada. Isso é, na maioria das vezes, totalmente desnecessário. Afinal você já deve ter todas personas para eliminar qualquer inimigo. Mas se você não é do time do “eu sozinho” pode ser uma atitude simpática aceitar uma ajuda. Que, diga-se de passagem, não conta pontos para nada! E sim, só os seus colegas podem se intrometer na sua jogada. Mas você que não é um robô não pode se meter na dos seus “colegas”.
Skillcards – Ajuda e muito a fusão de Personas. É uma das poucas novidades em P3P realmente interessantes! Foi inclusive adotada em Persona 5.
Outra coisa: originalmente se você estivesse num nível mais elevado que os “shadows” eles iriam fugir correndo de você fazendo um barulho irritante! De certa forma iriam “Squeeze like a pig”. Mas isso foi eliminado para versão portable. Eles ainda fogem, mas agora em silêncio.
Outra mudança essa totalmente desnecessária: Shinjiro é agora um social link, mas apenas para a protagonista feminina. Inclusive ela pode salvá-lo! Se a amizade entre ambos evoluir para uma com benefícios.
Falando em social links, essa talvez seja outra grande mudança no jogo. Muitos sociais links foram mudados para a protagonista feminina. Acredite: Junpei! É agora o social link “magician”. O que realmente não faz sentido algum.
P.S.: Diga-se de passagem, a Persona de Jumpei é Hermes Trismegistus. Se você for fã de Jorge Ben vai captar a referência. A "Tábua de Esmeralda" coisa e tal. Mas o legal é que o "Hermes" do nome Trismegistus. Deu origem ao termo "hermético". Inclusive, Trismegistus é considerado o maior de todos os sábios egípcios. O que ele está fazendo com Jumpei, uma anta, é realmente um mistério.
Prós - É mais do mesmo com a adição de uma protagonista.
Contras - Remasterização bastante limitada.