Horizon Zero Dawn

Por que a ZeroZen levou tanto tempo para fazer uma resenha de Horizon Zero Dawn? Será que foi graças a Sony finalmente colocar um preço acessível no game (ou seja, de graça)? Enfim, a Guerrilla Games percebeu o óbvio. As pessoas gostam de matar dinossauros. Se é para extinguir uma espécie pode contar com os humanos, estamos trabalhando a cada dia para destruir o planeta.

Antes de começar a resenha, um fã (sic e sci-fi) já deve estar resmungando: "mas humanos e dinossauros nunca conviveram ao mesmo tempo no planeta Terra". Certo, sabichão. Porém, se isso tivesse acontecido a gente dava um jeito naqueles lagartos metidos à besta. De qualquer forma, Horizon Zero Dawn se passa em um futuro pós-apocalíptico.

Ou seja, depois de milhares de anos a civilização desapareceu. A humanidade voltou a viver em um sistema de tribos. As pessoas acreditam em deuses, sacrifícios, e tratamento precoce com cloroquina. Mas curiosamente o topo da cadeia alimentar é ocupado por máquinas. Elas se parecem com dinossauros mecanizados. Inclusive, descobrir por que isso aconteceu é um dos grandes mistérios do jogo.

Neste mundo brutal e cheio de ignorância surge Aloy. Ela é uma exilada da tribo Nora. Ainda criança explorando umas ruínas descobre um dispositivo chamado Foco. É uma tecnologia antiga, que ela usa para entender o mundo à sua volta. Além disso, aprende a caçar e sobreviver com o seu mentor, Rost.

Aloy ganha uma oportunidade de deixar de ser uma exilada. Basta vencer um evento chamado Provação, uma espécie de ENEM pós-apocalíptico. O grande campeão pode pedir o que quiser. Então, ela ganharia o direito de ser considerada uma Nora. Porém, as coisas não saem exatamente como o esperado e ela acaba sendo enviada como Emissária para além mundo na tentativa de encontrar respostas.

Somente neste ponto, o jogo começa para valer. Horizon Zero Dawn é um RPG de ação. Sim, é preciso subir de nível para poder enfrentar as máquinas do jogo. Sim, é preciso gerenciar com inteligência sua árvore de habilidades. Sim, é preciso estar coletando recursos sem parar com o objetivo de melhorar seus trajes e armas. Mas todo esse cosplay de Excel não é importante. O que interessa mesmo é matar dinossauros robôs. Esse é o grande destaque do jogo: o combate.

Porém, fica a dúvida. Será que a maioria dos desenvolvedores de games tem como esporte predileto o arco e flecha? Não dá para entender a paixão por esse tipo de arma. Não faz sentido usar algo tão frágil para derrotar um dinossauro robô gigante. Apesar de tudo, essa dificuldade faz o combate se tornar mais intenso. Mas assim que chegar em Meridiana compre Arco de Caçador da Sombra ou o Arco de Guerra da Sombra. Isso vai deixar o jogo bem mais fácil. Em tempo, por mais que Tomb Raider tenha se esforçado, o melhor arco e flecha do mundo dos games pertence a Aloy...

Uma curiosidade do game são os vendedores. Eles estão espalhados pelo mapa, sempre prontos para oferecer armas e novos recursos para o jogador. Só que muitos deles estão perto de áreas repletas de máquinas sanguinárias sem qualquer espécie de proteção. Haja coragem. Todo esse esforço para faturar uns trocados. Quem diria que o futuro pós-apocalíptico iria revelar o verdadeiro capitalismo selvagem.

Horizon Zero Dawn se sobressai em quase todos os quesitos técnicos. A não ser na hora das cutscenes em algumas missões secundárias. Em determinados momentos, as coisas ficam, digamos assim, esquisitas. A história é interessante no começo e no fim. O andamento é lento. Mas isso é característica dos jogos de mundo aberto. O que realmente faz o jogador dedicar 50 horas para chegar até o final é mesmo o combate.

O game grita, ou melhor sussurra, para o jogador ser furtivo. Em tempo, nunca o cabelo foi tão importante no modo furtivo. Aloy é ruiva e se esconde no meio de folhagens vermelhas. Porém, se a ideia for partir pra cima, isso tem de ser feito de forma tática. É preciso saber as fraquezas de cada robô. É preciso retirar os componentes mais perigosos. As máquinas maiores, por exemplo, necessitam de estratégia para serem derrotadas.

Se as máquinas são inteligentes, os NPCs e os humanos tem a sabedoria de um coach brasileiro. Ou seja, algo entre o nada e o menos ainda. Atacar um acampamento de bandidos, por exemplo, é um desafio mais simples do que deveria, embora renda recursos importantes. E como subir de nível é importante, isso significa que as missões opcionais não são tão opcionais assim.

Aliás, falando em missões secundárias, elas são um dos pontos fracos do game. Poucas são realmente memoráveis. É fácil de perceber isso, pois antes da batalha final, muitas das pessoas que Aloy ajudou aparecem para retribuir o favor. Há uma série de diálogos opcionais que podem ser descobertos pelo jogador. O problema é que as missões são tão fracas, que a gente sequer se lembra daquele pessoal todo. Fica aquela sensação de: "te conheço de algum lugar?".

O jogo, claro, termina com uma margem para uma continuação. Como Aloy vai ter mais dinossauros para destroçar, o sucesso da franquia é certo (fica a dica Capcom, tá na hora do remake de Dino Crisis).

J. Tavares

Prós: Bons Gráficos
Mapa gigantesco e variado
Matar dinossauros robôs

Contra: Missões secundárias sem inspiração
Inteligência artificial dos humanos

Plus a mais:
Frozen Wilds - DLC
Aloy vai conhecer mais da cultura dos Banuk. E isso significa entrar numa fria. Festa estranha com gente esquisita e temperaturas abaixo de zero, o que, pelo menos, garante uma cerveja bem gelada. Isso, é claro, se os Banuk soubessem como fazer cerveja. Novas máquinas - bem mais poderosas - vão surgir. Nem pense em enfrentar essa DLC sem a armadura Tecelã- Escudeira.

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