Far Cry® 2

Far Cry® foi um primeiros jogos que começou a tendência, que permanece bastante atual na nova geração, de obrigar o jogador a fazer um upgrade no seu computador pessoal para poder jogar um novo game. Para, depois de gastar seu sofrido dinheiro, você descobrir que o jogo não valia a pena o investimento. Outros exemplos notórios desse fenômeno são: F.E.A.R. e Crysis, da própria Crytek, desenvolvedora do primeiro Far Cry®. E acreditem isso não é mera coincidência.

Assim, apesar das criticas positivas, Far Cry® acabou não vendendo o que se esperava. Vale lembrar que o jogo concorria, concomitantemente, na época do seu lançamento, com Half-Life 2, que obviamente ganhou, de forma merecida, diga-se de passagem, maior atenção do público e da mídia.

A Crytek acabou entrando numa enrascada financeira. Tendo que, por fim, abrir mão da franquia e vender a marca Far Cry® para a Ubisoft Montreal, que tomou o controle do desenvolvimento da continuação do jogo. E uma vez o que Far Cry® não foi necessariamente um sucesso comercial, a UbiSoft resolveu fazer um jogo completamente diferente e manter apenas o nome da série para atrair os desavisados.

Desta forma Far Cry® 2 não tem nada a ver com o primeiro jogo. O que torna essa 'continuação' um tanto quanto bizarra. Em Far Cry® 2 você pode escolher entre 9 personagens diferentes, mas nem sinal de 'Jack Carver' do jogo original. Mas não existe realmente muita diferença entre quem você escolher, uma vez que o jogo não possui um sistema de classes como um RPG. O jogo será sempre igual não importa quem você escolha.

Após um tutorial você receberá sua missão principal: matar "The Jackal" um contrabandista de armas na África. Até cumprir seu objetivo você terá que fazer outras missões, que são variações do seguinte tema: desloque-se de um ponto A para um ponto B, mate todos inimigos ou destrua algo de valor estratégico e volte para o ponto A.

A jogabilidade investe no livre-arbítrio tornando o jogo uma espécie de Grand Theft Auto: África , ou um Boiling Point sem restrições orçamentárias. Vale lembrar que a Ubisoft Montreal desenvolveu Rainbow Six: Las Vegas, um dos melhores jogos de ação em primeira pessoa da nova geração, e por isso é estranho ver os mesmos desenvolvedores em Far Cry® 2 irem numa direção completamente contrária.

Mas isso não seria necessariamente um problema, se essa liberdade de explorar os cenários não acabasse se tornando numa desculpa para alongar a duração do jogo. Já que o jogador perde mais tempo indo até o local de uma missão, mesmo tendo veículos a sua disposição, do que completando a mesma. Mas, ao menos, quando você finalmente chega na parte em que tem que trocar tiros com seus inimigos, Far Cry® 2 não faz feio, e é bastante competente no que se propõe.

Diga-se de passagem o lança-chamas, como em Call of Duty: World at War, acrescenta grande dose de diversão às batalhas. A pergunta que não quer calar é: por que diabos não havia lança-chamas nos jogos da velha geração?

Por outro lado, ao contrário das versões para PS3 e XBOX, é possível salvar o jogo a qualquer momento na edição para PC. O que interfere sensivelmente na jogabilidade, já que nas versões para consoles o jogo tinha um sistema de saves que parecido com o do GTA, pois só permitia o salvamento do jogo em "Safe-Rooms", esconderijos, onde inclusive você pode tirar uma soneca.

Outra novidade é o "buddy system", que entra em ação toda vez que você morre em combate, para enviar um companheiro para resgatá-lo em ação e levá-lo ao 'safe-room' mais próximo. Tipo, isso não é realista, nem ajuda muito no desenvolvimento da história. Mas é algo que a Blizzard poderia implementar em Diablo 3...

O multiplayer de Far Cry® 2 tem potencial, apesar de ser difícil encontrar atualmente jogadores nos servidores da Ubisoft. O jogo oferece a possibilidade de partidas com até 16 jogadores online e possui vários modos. E ainda inclui um editor de mapas, que sempre é um plus a mais agregado.

Enfim, quando Hollywood não sabe o que fazer para continuar um filme de sucesso, normalmente, volta ao passado, fazendo um prólogo ou coisa que o valha. Em Far Cry® 2 a Ubisoft poderia ter ido nessa direção, mas preferiu tentar um novo ângulo: mudar tudo, mas tudo mesmo. O resultado final não guarda semelhança alguma com o jogo original. Então por que diabos chamar esse jogo Far Cry® 2? Talvez a idéia inicial fosse fazer um RPG com elementos da série GTA, mas no decorrer do projeto a coisa toda foi diluída de tal forma que realmente fica difícil a recomendação.

Saulo Gomes

Prós: Rara ambientação africana, belos gráficos.
Contra: Inteligência artificial tacanha, várias boas idéias desperdiçadas..

Requisitos Mínimos:
Windows® XP SP2 ou Windows Vista SP1;
1 GB Windows XP / 2 GB Windows Vista;
Intel® Pentium® 4 3.2 Ghz, Intel® Pentium® D 2.66 Ghz, ou AMD AthlonT 64 3500+;
Placa de Vídeo: 256 MB compatível com DirectX® 10.0 ou DirectX® 9.0c com Shader Model 3.0.

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