Death Stranding

A indústria de games é hoje mais lucrativa que a cinematográfica, por isso muita gente que não conseguiu fazer um filme acredita que agora pode tentar fazer um game. O resultado são coisas amorfas, que não são games ou cinema. Exemplo: Beyond: Two Souls, Heavy Rain, Detroit: Become Human ou Death Stranding. A lista é longa. E vem desde o século passado. Sim milênios, jogos para PC já tentaram seguir por esse caminho e falharam completamente. Chame isso o que você quiser, mas não de videogame! Vejamos: "drama interativo", o que seja...

Características típicas de um "game" desse tipo: Não fazer o menor sentido. Ter seqüências de coisas bizarras que ninguém aceitaria fazer no cinema, pois iria literalmente queimar o seu filme...

Outra característica típica de um game como esse é ter um ator manjado, mas não de renome, no papel principal. No caso Norman Reedus, que ficou conhecido por seu trabalho em “The Walking Dead” e fez alguns filmes que ninguém viu. Ou seja: barato!

Ao contrário do que o título original possa indicar. Algo como: morte encalhada, ou sei lá, encalhe mortal? O “hype” em torno de Death Stranding morreu rápido. Pois, digamos, foi um encalhe nas vendas? É curioso que um jogo sobre uma pandemia é lançado no meio de uma pandemia real e passa quase despercebido...

Mas vejam bem, nunca é um bom sinal, quando as pessoas que fizeram um jogo parecem ter se divertido mais do que aquelas que compraram e realmente jogaram o jogo. E essa é a síntese de “Death Stranding”.

Você é uma mula. E não no bom sentido. Você carrega durante o jogo, o que parece ser uma geladeira. Mas não é.

Após uma longa introdução, mas bota longa nisso. O incauto zeronauta pode se perguntar: mas afinal o que esses caras querem que eu faça? Bem, quando você perceber qual é a resposta para essa pergunta. É hora de deletar o jogo. Sério, acredite...

Caros desenvolvedores: se vocês querem fazer uma mini-série, usem a Netflix e deixem a Sony em paz...

Agora vamos ao que se pode entender da estória: houve uma pandemia. E os corpos daqueles que morreram vítimas da pandemia precisam ser cremados. E é para isso que você serve! Fazer o “descarte de corpos” para o incinerador mais próximo. Emocionante, não?

Com essa pandemia a América, digo os Estados Unidos, acabaram. Então, sua primeira tarefa será levar o corpo da presidente dos EUA para o crematório. Sim, uma mulher. Captaram a ironia?

Agora, mimimirins, carregar um corpo nas costas não é uma tarefa fácil. Certo? O jogo é pasmem bem realista quanto a isso. Mas não pense que esse jogo é apenas um “walking simulator”, com essa peculiaridade. Realmente tem mais coisas acontecendo. E sim elas não fazem muito sentido.

Muita calma agora: vamos falar do bebê... Vamos logo adiantar uma coisa: não faz sentido algum. O que, realmente, a essa altura do campeonato não surpreende ninguém. O bebê 28 é uma daquelas esquisitices que ultrapassam todos os vetores imagináveis.

O negócio é o seguinte: bebês são capazes de detectar necrosados... Logo seria muito inteligente levá-los para o campo de batalha, se houvesse um, certo?

Se não detectados necrosados podem virar monstros. Mas, ao menos, não são zumbis ou algo no gênero. O que é algo positivo. Eles seriam, digamos, como shadows! Mas sério, eles não têm nada a ver com os "shadows" daquele outro jogo japonês... Mas importante: eles são invisíveis...

Death Stranding, pode não parecer, mas é um jogo japonês da gema. Tecnicamente é, pasmem, um jogo de “autor”. E o culpado é Hideo Kojima, da série Metal Gear, o que explica muita coisa...

A conclusão final é do tipo: você chegou até aqui, sério? Parabéns! Então foi isso que a gente pode inventar... Não espere por nada muito revelador, talvez no Director Cut, já lançado para o PS5, e olhe lá... Mas como diria o ceguinho esperançoso: veremos... Ou não...

Saulo Gomes

Prós: É nova geração o suficiente para agradar os incautos... Ou até perceberem por que ninguém fez um jogo como esse antes.
Contra: Não faz sentido algum, mas como é um jogo japonês. Isso era, no mínimo, esperado.