Call of Duty: World at War

Call of Duty: World at War é primeiro título para PC do pessoal da Treyarch, empresa responsável por Call of Duty 2: Big Red One e Call of Duty 3, lançamentos exclusivos para consoles. Mesmo que supervisionada pela Infinity Ward fica claro que esse pessoal não tem muita experiência no assunto.

Depois do sucesso de Modern Warfare, não deixa de ser uma surpresa que a Infinity Ward tenha decido voltar ao manjado mundo das batalhas da Segunda Guerra Mundial. E o fato da empresa preferir delegar, terceirizar, o desenvolvimento do jogo. Parece confirmar o pouco interesse em se aventurar por esse caminho outra vez.

World at War possui duas campanhas no modo single-player, ou solo: uma com o exercito americano outra com o soviético, totalizando algo em torno de 6 horas de jogo. A campanha americana se concentra nas batalhas contra as tropas japonesas. Algo que a série tinha evitado até agora, apesar de outros jogos como Battlefield 1942 já terem explorado essas batalhas.

A jogabilidade é a mesma das edições anteriores, ou seja: aquela corrida para chegar a cada novo ponto de checagem, onde seus inimigos nunca irão parar de surgir, respawn infinito, se você não alcançar o checkpoint seguinte. Diga-se de passagem, você é bola da vez, se você não avançar seus companheiros não avançam. O que lhe torna uma espécie de bode-expiatório militar, literalmente um saco de pancadas.

A ação é acelerada, para não dar um minuto de descanso ao jogador. Mas como as armas não são realistas, muitas vezes você precisa descarregar um pente inteiro de uma metralhadora para matar um inimigo. O que significa que você vai passar a maior parte do jogo recarregando sua arma. Culpem a Segunda Guerra Mundial e suas metralhadoras de 20 tiros... Falando em realismo aparentemente solicitar ataques aéreos era mais fácil e efetivo na Segunda Guerra do que no Vietnam. Vai ver fica mais fácil acertar as coordenadas quando não se está chapado...

Talvez a única desculpa aceitável para existência desse jogo é atualizar graficamente a série Call of Duty. Mas ironicamente os gráficos lembram os de Medal of Honor: Airborne, até mesmo a jogabilidade pega emprestado alguns elementos deste jogo. O pessoal da Treyarch está sabendo que Airborne foi um fracasso, certo? Se tem um jogo que deveriam tentar imitar é, digamos, Modern Warfare. Da mesma empresa que contratou eles para fazer World at War!

O que realmente salva World at War é seu multiplayer. Não por acaso, praticamente idêntico ao de Modern Warfare. Você começa como "private", soldado raso, e vai subindo na carreira militar a medida que vai vencendo batalhas. Por isso escolha bem os servidores que você for se aventurar primeiro. Para não cair num mapa com gente muito acima de sua liga.

O multiplayer conta com os modos War e Capture the Flag. Existe ainda a possibilidade de um modo co-op, cooperativo, que é acessado somente pelo menu da campanha de single-player, o que convenhamos não faz muito sentido. Sendo que ao acabar o modo single player pela primeira vez é liberado o bizarro modo "zombie", que é exatamente o você está pensando: zumbis na WWII.

No geral, World at War pode ser considerado um título desnecessário. Não há nada aqui que justifique outro jogo em primeira pessoa sobre a Segunda Guerra Mundial. O grande problema é que World at War é vítima do princípio básico da terceirização: contrate alguém para fazer o seu trabalho, de forma mais barata, sem se importar em manter a mesma qualidade. Eu falei que seria mais barato? Então está explicado...

Saulo Gomes

Prós: Call of Duty com gráficos de última geração. O lança-chamas é divertido.
Contra: Um retrocesso em vários aspectos. Inteligência artificial deficiente.

Requisitos Mínimos:
2.4 GHz
1 GB RAM XP, 2 GB RAM Vista
Placa de vídeo de 256 MB compatível com DirectX 9.0c