Catherine Full Body PS4

Lançado originalmente para o PS3 em 2011 no Japão, mas só chegou por aqui em 2012. Catherine foi um dos poucos jogos originais do console, digo “original IP”. O que explica muita coisa.... Agora é relançado para o PS4 como “Catherine Full Body”, uma versão ampliada e, digamos, mais acessível do game.

Era quase uma unanimidade, entre os poucos corajosos que se aventuram pelo game original, de que se tratava de um jogo muito difícil. Mas a história era interessante. Em outras palavras um típico jogo japonês. É bom lembrar que Catherine foi produzido pela Atlus, os mesmos de Shin Megami Tensei 3, também conhecido como Nocturne ou SMT Lucifer's Call. Que deve ser o game mais japonês já feito!

No original a jogabilidade era cansativa e a inteligência artificial traiçoeira. Em geral, tudo o que foi feito para essa versão do PS4 foi facilitar as coisas: leia-se autoplay, que vai essencialmente fazer todas as partes difíceis para você. Ou seja, todo o jogo.

Em Full Body além do seu relacionamento com as Catherines (alguém deveria lançar um filme ou anime: "Between Two Catherines") uma com C e a outra com K, você agora tem que lidar com “Rin”, cujo nome verdadeiro é: Qatherine, estavam sem idéias para nomes? Enfim, a nova vizinha de Vincent, além de menor, não é bem o que parece ser. Tipo, não precisava, estava bom assim. O que literalmente abre uma caixa de Pandora de questões que ficam mal resolvidas.

No início do jogo original, Vincent, o personagem principal de Catherine, pergunta: “If you die in a dream, do you die in real life?” Pois eu tenho uma pergunta melhor: “If you die in a game tutorial, do you stop playing?” And give up and walk away from this stupidy fucking thing?

Para quem está esquecendo o inglês adquirido em cursinhos online: Se você morre no tutorial de um jogo você desiste e vai embora? (OBS: a tradução foi devidamente adocicada para que o Zeronauta possa ler com tranquilidade no trabalho).

Catherine instiga o grau de paciência e tolerância do jogador no limite máximo. É como um “relacionamento”. Você precisa ter desenvoltura para superar a irritante jogabilidade do jogo.

Diga-se e passagem Catherine foi o primeiro jogo da Atlus produzido para a “nova geração”, digo PS3. A Atlus passou um bom tempo produzindo jogos para o PS2 e PSP com algum sucesso especialmente no Japão. E problemas com o fisco japonês colocaram a principal acionista da empresa à beira da falência. Isso atrasou ainda mais o lançamento de Persona 5. O game originalmente estava planejado para o PS3. Mas como o PS4 já tinha até sido lançado, o jogo acabou saindo pros dois consoles. Algo raro.

A Atlus costuma lançar seus jogos no fim do ciclo de vida de um console. Essa estratégia deu certo no PS2. Em especial com a série Shin Megami Tensei, em particular o spin-off Persona. Esses caras fizeram Persona 3 e 4: os dois grandes últimos games para PS2. Agora, isso é desculpa para fazer algo como Catherine? Vide pergunta anterior sobre paciência e tolerância...

O link com a série Persona é no mínimo fraco. Mas ele existe. O herói(?!) Vincent era um personagem NPC, exclusivo da versão para PSP do Persona 3, que foi lançada em 2010! Inclusive lançaram até mesmo uma versão de Catherine para o Vita, mas só no Japão. Deu no que deu...

E, sim, a torre de cubos que Vincent tem que subir lembra vagamente Tartarus de Persona 3. Mas é melhor deixar pra lá.

Todavia, não espere o usual samba do crioulo doido japonês de Shin Megami Tensei... Nada de deuses mitológicos aqui. Quer dizer têm alguns, mas outra vez é melhor deixar pra lá.

Esse é um jogo casual para adultos? Só se for adultos japoneses. O que, é claro, explica muita coisa. Não tem nada a haver com Q*Bert, como foi falado na época do seu lançamento, está mais perto de um Cuboid, Edge ou algo no gênero.

O jogo foi supostamente editado para a versão para o mercado americano devido ao seu conteúdo. Aliás, tente explicar a capa do jogo para sua namorada. Calma! Estou brincando. Você não deve ter uma. Afinal joga games japoneses...

Pros: É diferente.

Contra: É bom? Depende do grau de paciência e tolerância do jogador. No nosso caso que é mínimo: não.

Saulo Gomes

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