No Brasil a imunização é racional?
Uma das perguntas mais frequentes sobre a vacina é qual o critério adotado. Ou seja, por que determinados grupos recebem antes o imunizante. E, sim, está tudo descrito em um documento. Trata-se do PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19). Então, em nome do jornalismo investigativo a ZeroZen foi tentar entender quem tem prioridade na hora de receber uma picadura...
O Ministério da Saúde estabeleceu que brasileiros maiores de 18 com e sem comorbidades deveriam ser vacinados. Faz sentido. Depois de tentar impedir o vírus com todo o tipo de pensamento mágico e apostando em remédios completamente inúteis, o Brasil resolveu usar vacinas. Mas, é claro, que seria preciso organizar a fila.
Rapidamente, os professores perceberam que não tinham nenhuma importância. Estavam atrás dos presidiários e dos moradores de rua. Isso significa que tem mais gente na rua e na cadeia do que dando aula para outras pessoas. Depois de muita gritaria, os professores receberam a sua cota de prioridade e foram vacinados.
Todavia, isso levanta a seguinte questão: como criar critérios justos para a vacinação? É evidente que os médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde precisam ser vacinados antes. Eles estão na linha de frente. Mas e as outras profissões? Elas também não têm relevância para a sociedade? (se você é professor, não precisa responder essa pergunta).
Bem, o critério não escrito, mas que sutilmente transparece no texto publicado pelo governo é o tempo que é necessário para formar um profissional da categoria. Por exemplo, um médico leva de oito a 10 anos para estar a serviço da sociedade. Então, se houver uma fatalidade, a substituição não é necessariamente uma tarefa simples.
Por que caixas de supermercado não foram vacinados antes? Afinal de contas, lidaram diretamente com o público nos piores momentos da pandemia. Bem, são oito anos de treinamento para um médico e oito minutos de treinamento para um caixa. Sim, é uma visão de mundo pragmática e capitalista, mas que funciona na hora de enfrentar um apocalipse em miniatura.
No caso dos moradores de ruas e dos presidiários, o que é preciso para criar milhares deles? Fácil. Um governo do Bolsonaro...