Os professores e a pandemia
Talvez a educação tenha sido uma das maiores fontes de discussão nesta pandemia. Tanto que a abertura das escolas virou uma espécie de "passa ou repassa" no judiciário. Cada decisão vai ignorando a outra. Então, ora as escolas podiam abrir, ora as escolas seguiam fechadas. Como acontece em toda edição do "passa ou repassa" quem leva a torta na cara são os estudantes.
Mas afinal de contas, a ZeroZen tem alguma posição sobre a abertura das escolas no meio da pandemia? Bem, a resposta é simples: não somos contra nem a favor, muito antes pelo contrário. Na verdade, como diria um filósofo da pós-modernidade: é preciso coisar as coisas que precisam ser coisadas e não coisar as coisas que não precisam ser coisadas. Ou seja, como se pode perceber, mais claro impossível.
Porém, em Porto Alegre o pessoal levou muito a sério a abertura das escolas. Tanto que uma turba de pais foi até o bairro Auxiliadora, na frente da casa de uma magistrada que proferiu a decisão suspendendo o retorno às aulas presenciais para reclamar. O ato só foi possível porque houve vazamento e circulação de dados pessoais da juíza. Isso significa, é claro, que o Brasil está formando uma geração de hackers. Daqui a alguns anos estaremos decidindo eleições no mundo todo como fazem os russos.
De qualquer forma, todos os grupos que defendem a volta às aulas esquecem quase sempre de um pequeno detalhe: os professores. Eles querem voltar, mas exigem a vacina. O detalhe é que já existe um plano nacional de vacinação e os professores não estavam entre os grupos prioritários. Então, era hora da Justiça entrar em ação. Mas uma liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, suspendeu uma resolução do município de Esteio (RS) que incluía professores da educação básica entre os grupos prioritários de vacinação contra Covid-19.
O que isso significa? Com a decisão, o município - e todos os outros - terá de seguir as normas do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação. Para Dias Toffoli, mesmo prestando relevantes serviços à sociedade, os profissionais de educação precisam seguir o calendário definido na política nacional de vacinação. Ele alertou que qualquer alteração no referido plano, feita sem o devido respaldo científico pode, inclusive, comprometer a política pública de imunização da população.
Ou seja, mesmo com toda a sua sabedoria, os professores aprenderam uma valiosa lição. Graças à pandemia eles descobriram que tem muita importância para estar em sala de aula e nenhuma para tomar a vacina...