O Brasil vai contaminar o mundo?
O Brasil já foi chamado de várias coisas, mas ameaça global é novidade. Sim, como a gente tem talvez o único governo no mundo capaz de torcer pelo vírus na pandemia, surgiu uma variante da Covid-19 nesse glorioso país tropical. A variante P.1 já causou um aumento expressivo das internações e pode levar o caos ao mundo inteiro.
Antes de mais nada, é preciso explicar que essa "mutação" no vírus é normal e previsível. Por isso, a importância do distanciamento e todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) que os brasileiros fizeram questão de ignorar. Não se deve deixar o novo corona vírus se espalhar, pois - quanto mais isso acontece - maior a probabilidade de surgirem novas variantes.
Diga-se de passagem, variante brasileira do novo coronavírus – conhecida como P.1. – provavelmente surgiu em Manaus em meados de novembro de 2020. Um mês depois, o número de internações por síndrome respiratória aguda grave na cidade disparou. Em apenas sete semanas, a P.1. tornou-se a linhagem da Covid-19 mais prevalente na região. A informação foi divulgada pelo Centro Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (https://www.caddecentre.org/pt/).
Mas a variante P1 deve ser temida? A resposta é sim. A variante brasileira é mais transmissora e tem uma carga maior de vírus. Isso se reflete diretamente no número de dias para transmissão. Ou seja, antes em média a transmissão era de 7 dias. Agora uma pessoa com a variante nova pode transmitir por até 13 dias. Pior ainda: quem já pegou a Covid-19 e se curou não está automaticamente imune à ação da variante.
Não é à toa que em 24 horas, 30% dos novos contaminados no planeta pela covid-19 era registrados no Brasil. Atualmente, 12% de todos os mortos são brasileiros. A incompetência sanitária brasileira deixou a OMS apavorada. Se a P1 se espalhar pelo mundo todo o esforço feito até agora pode ser reduzido a pó. Enquanto isso, por aqui o pessoal segue achando que a variante era um carro antigo da Volkswagen...
Quem diria que o fim do mundo seria patrocinado pelo Brasil? A gente não tem capacidade de vencer uma guerra fria, mas quando se trata de uma guerra de resfriados pode contar conosco. Inclusive, o slogan do governo podia mudar para Brasil: uma ameaça contagiante...
