A segunda onda de Covid-19 vem movida a burrice e ignorância
A primeira onda ainda não acabou, mas o Brasil já emendou a segunda. Somos mesmo os surfistas do atraso. A evolução da taxa de reprodução (Rt) do coronavírus no país indica que a pandemia voltou a crescer. De acordo com o Observatório de Síndromes Respiratórias da Universidade Federal da Paraíba, a taxa era de 1,12 em 16 de novembro. A análise desses dados pode ser resumida de forma racional e científica em uma única palavra: ferrou!
A taxa de reprodução é calculada com base no aumento de novos casos. A ideia é entender quantas pessoas são contaminadas por alguém que já está infectado. Se o índice fica acima de 1, isso indica que a pandemia está crescendo. Quando está abaixo, é um sinal de que a pandemia está perdendo força. A taxa de 1,12 significa na verdade que 100 pessoas irão infectar outras 112, que, por sua vez, irão infectar outras 125. Assim, a epidemia brasileira dispara e ganha proporções avassaladoras em pouco tempo.
Mas você acha que o brasileiro está preocupado? Ele ri da cara do perigo. Claro que isso já seria suficiente para explicar o motivo pelo qual a burrice e ignorância são o combustível da segunda onda de Covid-19. Só que o Brasil não é para amadores. A gente ainda precisa falar do ministro da saúde.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), perguntou ao ministro da saúde, Eduardo Pazuello, se o governo federal iria comprar a vacina Coronavac. A resposta do ministro foi incrível. Ele disse simplesmente. "Se houver demanda".
Bem, a ZeroZen gostaria de avisar que tem uma pandemia causada por um vírus que já matou 180 mil brasileiros e vem registrando 28.425 novos casos por dia. Isso é um caso claro de demanda por vacina. Sim, o governo brasileiro aposta todas as fichas na vacina de Oxford (principalmente pelo fato de ela ser mais barata). Ou seja, ao recusar a Coronavac o governo está sendo muito mão-de-vac.
E, pasmem, ainda não há um planejamento para uma futura campanha de imunização em massa. Afinal de contas, é preciso comprar em grandes quantidades coisas básicas como seringas e agulhas. Desse jeito, será que a gente vai passar mais um ano em casa? E será que a ZeroZen vai passar mais um ano escrevendo? Assim, não dá. Por favor, parem com essa insanidade.