Brasil: sem cultura, sem saúde, sem educação, mas com Covid-19
2020 é mesmo o ano do apocalipse. Tem até nuvem de gafanhotos a caminho do Brasil. Enquanto isso, o governo brasileiro está sem secretário de Cultura, sem ministro da Educação e sem ministro da Saúde. Resumindo: o Brasil está sem cultura, sem saúde, sem educação, mas com Covid-19. Até por que já passamos o número de 1 milhão de infectados e 50 mil mortes.
No caso da cultura, Regina Duarte saiu, ou melhor, foi saída, do governo. Então, a aposta para substitui-la é o ator (sic) Mário Frias. Ele, inclusive, já assumiu o cargo. Frias tem atualmente 48 anos. Ele iniciou a sua carreira na TV em 1996, no seriado "Caça-talentos", estrelado por Angélica. Em 1998 ele foi escalado para viver o protagonista de 'Malhação' e após o sucesso do personagem, ele voltou para outras produções da TV Globo, entre elas 'As Filhas da Mãe' (2001), 'O Quinto dos Infernos' (2002) e 'Senhora do Destino' (2004). A única coisa que resta dizer é que ninguém avisou que ele ia entrar numa frias?
No caso da saúde, ministro interino é o general Eduardo Pazuello. É um especialista em logística. O que pode ser um problema grave, pois até agora o governo Bolsonaro não teve lógica nenhuma. Pazuello divulgou recentemente que o Ministério da Saúde gastou menos de um terço dos R$ 39,3 bilhões liberados para o combate ao coronavírus por meio de medidas provisórias. De acordo com o ministro interino, a pasta pagou até agora R$ 10,9 bilhões — o equivalente a 27,2% do total. Economia numa horas dessas?
No caso da Educação, o ministro Abraham Weintraub fugiu, digo, saiu do Brasil e foi para Miami. Ele deveria assumir um posto no Banco Mundial. Mas os próprios funcionários da instituição não aceitam a presença Weintraub. Foi talvez o pior ministro em um governo que tem a capacidade de chamar o que há de mais desqualificado na sociedade para ocupar um lugar no ministério...
Ah, para quem não acredita que a gestão de Abraham Weintraub foi calamitosa, vale lembrar. Além do corte de verbas nas Universidades e para pesquisadores em geral, Weintraub no comando quando houve a maior falha no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) desde 2010. Apesar das afirmações do ministro de ser o ‘melhor Enem da história’, foram quase 6 mil notas erradas publicadas. Além do tipo de falha inédita, esta foi a primeira vez desde 2009 que a ditadura militar não foi abordada na prova.
Weintraub, quando não estava xingando os ministros do STF, criou projetos que não foram a lugar nenhum. Por exemplo, o programa Future-se. Essa proposta não teve apoio nem de parlamentares, nem da comunidade acadêmica. Terminou rejeitado e esquecido.
O ministro também criou a carteirinha estudantil digital, proposta com prejuízo direto à UNE (União Nacional dos Estudantes). Só que o projeto não foi aprovado no Congresso e perdeu a validade. E dinheiro não faltou. Foram investidos R$ 2,5 milhões em publicidade, gastos pelo MEC, com o projeto.
Em tempo, o mais cotado para assumir no lugar de Weintraub é o empresário e secretário estadual do Paraná, Renato Feder. Ele já foi denunciado por sonegação fiscal no valor de 22 milhões. No paraná, ele é visto como um sujeito de pouco “traquejo político”. Ou seja, mais um ministro que vai feder...