Bolsonaro e o poder da negação
O presidente Jair Bolsonaro tem como sua principal característica negar o óbvio. Recentemente, em uma entrevista coletiva na entrada do Palácio da Alvorada, foi questionado sobre o recorde de mortes relacionadas ao novo coronavírus no Brasil. Então declarou com convicção: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagre". Esse tipo de piada (sem sentido, agressiva, fora de contexto e politicamente incorreta) quase faz a Zerozen decidir se candidatar nas próximas eleições...
Bolsonaro já foi chamado de maluco pela revista The Economist, já foi esculhambado na série Westworld da HBO. Ou seja, o prestígio internacional está mesmo em alta. Inclusive, ele foi eleito o presidente que mais nega os efeitos do novo Corona Vírus. Todos os líderes, sem exceção, que adotaram essa estratégia viram os cemitérios lotarem...
Mas a negação é mesmo forte em Bolsonaro. Ele continua acreditando que uma gripezinha não vai parar o Brasil. Continua ignorando todos os avisos da Organização Mundial da Saúde. Continua acreditando que tem apoio do Congresso e continua acreditando que tem o apoio da população. E, mais importante, acredita que Roberto Jefferson é seu amigo...
Nesse momento, só uma coisa cresce tão rápido quanto o número de mortos pelo Covid-19: o número de pedidos de impeachment contra Bolsonaro. É a história se repetindo mais uma vez. O Brasil acredita que um governo pode ser eliminado toda terça-feira, como se fosse uma votação do BBB. O que prova que o brasileiro aprende com seus erros a cometer novos erros...