Mandetta não manda mais na saúde
Era a crônica de uma demissão anunciada. Luis Henrique Mandetta não é mais o ministro da Saúde. A saída ocorre em meio à pandemia do novo coronavírus. Quem assume a pasta é médico oncologista Nelson Teich. Claro que cabe a pergunta: que tipo de presidente demite o ministro da Saúde durante uma pandemia?
A resposta para o questionamento do parágrafo anterior está na última eleição para presidente. Resumindo: quem vota em maluco, maluco é. Não tem meio termo. A situação entre o presidente e o ministro da Saúde era completamente insustentável. Mandetta - em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo - deixou claro que os brasileiros não sabiam se ouviam o ministro ou o presidente.
Bem, o ex-ministro pelo menos apelava para a ciência e para o bom senso. O presidente usa toda a sabedoria acumulada das universidades Whatsapp. Se Mandetta cometeu um erro, seria o de tentar ser racional. No atual governo, nada faz sentido. A cada dia um novo recorde mundial de estupidez é quebrado.
Em tempo, Mandetta nem de longe era um sujeito progressista ou mesmo um defensor dos frascos e comprimidos. Só se destacou no atual governo porque a concorrência é muito baixa. Claro que a sua demissão se dá por conta de uma das regras mais antigas da política. Ou seja, não se deve brilhar mais do que o seu chefe. Só que, no atual governo, essa é uma tarefa hercúlea...
O presidente Bolsonaro, aliás, segue fazendo aparições públicas. Segue circulando pelas ruas cumprimentando os incautos. O presidente defende que seja adotado um "isolamento vertical". No caso, a medida valeria somente para idosos e pessoas que sejam consideradas pertencentes ao chamado grupo de risco. Detalhe importante: isso foi testado na Itália e fracassou miseravelmente.
Resumindo: o Brasil vai rumo ao abismo, espirrando, tossindo, com dor de garganta e dificuldade de respirar. Além de revolucionar o mundo tentando criar uma economia sem pessoas...