Olimpíadas: dê um break no breakdance


As Olimpíadas acabaram. O Brasil ficou na vigésima colocação. Conseguimos três medalhas de ouro. Aparentemente somos o país do judô, da ginástica rítmica e do vôlei de praia. Mas chega de falar dos triunfos do Brasil. Esse é um texto sobre breakdance e sobre uma australiana sem noção.

Antes de mais nada, o breakdance virou esporte olímpico. Pelo menos na França. Ele teve caráter suplementar na Olimpíada de Paris. Por sorte, não deve integrar o programa olímpico de Los Angeles, em 2028. A ideia, talvez, era chamar a atenção da geração Z. Mas foi um fracasso imenso. Se o objetivo era esse então era melhor distribuir medalhas para as melhores dancinhas do TikTok...

Enfim, tudo foi constrangedor nessa modalidade. No pódio masculino, o ouro ficou com o canadense Phil Wizard. A prata, com o francês Dany Dann. E o bronze, com o norte-americano Victor. Não vamos entrar no mérito nem descrever o show de horrores que foi assistir a essa competição. Lembre-se: é um texto sobre breakdance e sobre uma australiana sem noção.

Na hora da disputa feminina quem se destacou - pelos motivos errados - foi a australiana Raygun. A performance dela, para usar um eufemismo, foi insólita. Foi dolorido, cada passo era mais bizarro do que o outro. Mesmo assim terminou na 4ª colocação.

Mas quem é Raygun? Acredite quem quiser, esse é o nome de b-girl (competidora do breakdance) de Rachel Gunn. Ela foi representante da Austrália nos Mundiais da modalidade entre 2021 e 2023. Sim, ela tem um currículo na área. Também é professora da Universidade Macquarie, em Sydney, e tem doutorado em estudos culturais, analisando justamente a política cultural e de gênero do break.

O pódio feminino foi composto pelas japonesas Ami (ouro) e Nicka (prata). Já a chinesa 671, possivelmente nome de guerra na prisão, levou o bronze. Raygun lutou bravamente representando as mães de família, ou os trabalhadores de escritório que sonham em ganhar dinheiro sem muito esforço...

No final, Raygun foi humilde. "Foi uma experiência incrível. Que palco, que arena, que plateia. A música estava ótima. Eu estou muito grata pela oportunidade", destacou. Bem... não é sempre que a gente pode conhecer Paris com todas as despesas pagas pelo governo. A Austrália inovou e criou a bolsa turismo olímpico...

Da Equipe Articulistas

P.S.1 - Se em 2024 teve breakdance, em Los Angeles vai ter disputa de rap? Trump já tinha até se candidatado para participar da categoria de Jailbreak dance...

P.S.2 - O último destaque das Olimpíadas de Paris é a atleta da canoagem Ana Sátila. Ele merece um troféu. Por quê? Ora, ela representa o verdadeiro espírito olímpico brasileiro. Ana competiu sem parar. Caiu na água para disputar provas 12 vezes. E perdeu todas. Isso é Brasil. A gente trabalha sem parar, luta o dia todo, só pra se ferrar no final...