Enchente histórica: cidades vão mudar de lugar


Uma notícia publicada no começo do dilúvio acabou sendo esquecida no meio dessa torrente de más notícias que assolam o Rio Grande do Sul e Porto Alegre. Porém, a verdade é que o ecólogo Marcelo Dutra da Silva, doutor em ciências e professor de Ecologia na Universidade Federal do Rio Grande (FURG) parece estar absolutamente certo. É adaptar os municípios gaúchos a eventos climáticos extremos ou mudar cidades inteiras de lugar.

Claro que o atilado leitor da ZeroZen pode estar pensando: "mas ser um profeta do acontecido é fácil, depois dessa chuvarada isso ficou evidente". Pois é, mas em 2022, durante uma audiência pública na Câmara Municipal de Pelotas (RS), o professor de Ecologia já previa um futuro sombrio.

O ecólogo Marcelo Dutra da Silva alertava para o fato de que as cidades gaúchas estavam totalmente despreparadas para chuvas extremas. Não havia - e ainda não existe - um relatório completo das áreas de risco, das regiões mais vulneráveis a inundações, ou quem seriam os primeiros moradores do Estado a sofrerem as consequências de um evento climático extremo.

Então parece lógico que daqui para frente um planejamento ambiental será obrigatório. "Não podemos impedir que o evento climático ocorra, nem os próximos, porque eles vão acontecer (...) se nós já tivéssemos afastado as pessoas das áreas de maior risco. Por que é possível saber onde o evento se torna mais grave primeiro", destaca o professor de Ecologia.

Como a situação em alguns municípios se tornou insustentável como, por exemplo, Roca Sales e Mussum, talvez partes inteiras da cidades tenham de ser movidas de lugar. Isso pode acontecer em Porto Alegre também. Então a ZeroZen, uma revista tão à frente do seu tempo que passou a andar de muletas só para ver se o restante da humanidade consegue acompanhar, já tem a solução.

No caso de Porto Alegre, já deu. Sejamos honestos. A cidade acabou faz tempo. Muito antes mesmo do dilúvio. Então está na hora de mudar de lugar. Mas para onde? A resposta é fácil: o Canadá. É quase tão frio como a Serra Gaúcha, é um país que acolhe refugiados políticos, tem uma boa internet e ótimo sistema de saúde. Só não tem um bom time de futebol, mas é justamente aí que os brasileiros podem ajudar. Enfim, todo mundo ganha. Claro, o difícil vai ser se acostumar com o churrasco de alce, mas essa é uma época de sacrifícios...

Da Equipe Articulistas