Diário do Fim do Mundo
28/11/2001 - Afeganistão, o ópio do povo
Todo mundo sabe que o Afeganistão desde o final da guerra contra a Rússia é um país em ruínas. Depois de tantos conflitos sangrentos e massascres de etnias parece normal acreditar que o país sequer saiba o que se chama por economia de mercado. Mesmo assim, caindo aos pedaços, o regime Talibã consegue exportar legalmente 80 milhões de dólares. Porém, o dinheiro para as armas e as munições vem por outro caminho, muito mais complicado.
Acredite se quiser, o Afeganistão produz (ou produzia) 70% do ópio do mundo. Sim, o pessoal de Osama Bin Laden, além de destruir Nova Iorque colabora para a expansão do tráfico em escala mundial. Antigamente, o país concorria com a Birmânia. Porém, devido a uma administração moderna dos recursos, um benchmarketing de sucesso e uma campanha agressiva de vendas, o país foi guindado à liderança na produção de ópio. Nada como a glória de estar no ponto mais alto do pódio.
Para que se tenha uma idéia, o Afeganistão gerava uma renda 1,35 bilhão de dólares graças a exportação de ópio. Em 1996 o país produzia de 2.200 a 2.400 milhões de toneladas da droga bruta. Em 1997, depois que o Talibã tomou o poder, a produção cresceu em um quarto. Ou seja, o pessoal é fundamentalista, mas não é bobo. Já que no Alcorão, Alá esqueceu de fazer um capítulo sobre a droga, estava tudo certo. No Afeganistão o ópio é do povo.
Aliás, o regime Talibã usou o dinheiro do ópio para financiar seu reinado de terror. Quando, depois dos atentados do dia 11 de setembro, os Estados Unidos avisaram que iriam revidar o ataque, prontamente o pessoal de Osama Bin Laden inundou o mercado com ópio, morfina e heroína. Com isso, o preço dos psicotrópicos chegou a cair no mercado. Segundo informações divulgadas na imprensa o Talibã tem uma reserva de quase 3 toneladas do produto.
Curiosamente se o ópio é liberado,
o consumo haxixe é punido com severidade no Afeganistão. Isto
por que para o povo do Afeganistão esta é a sua droga preferida.
Os Talibãs acreditam que o ópio é coisa dos ocidentais.
Portanto, não chega a ser um problema. O vizinho Paquistão
já sofre os efeitos alucinógenos da campanha dos seguidores
de Bin Laden. Hoje o país tem 5 milhões de viciados em heroína,
há 20 anos atrás não havia sequer um.
No fim das contas, Osama Bin Laden escolheu a tática errada. Tentou
conquistar o mundo através de atentados terroristas ou por meio de
uma guerra santa. Para que ficar perdendo tempo com o antraz? O mais fácil
e lógico seria ser uma espécie de barão das drogas.
Como a cada dia que passa o número de viciados cresce rapidamente
nos Estados Unidos, bastaria uma década para o país ficar
prostado pela ação abusiva da heroína. O Tio Sam capotaria
em uma overdose ou em uma bad trip.