Diário do Fim do Mundo


15/11/2001 - A marcha-ré Talibã

Alguém se lembra da fatídica Segunda Guerra Mundial? A Alemanha tinha um exército quase imbatível e foi patrolando tudo quanto é país que se opunha ao regime nazista. Rapidamente colocou a Europa a seus pés. Porém a ganância por poder de Hitler o levou a atacar a Rússia, um país continental. Stalin era o presidente. Qualquer estrategista que olhasse o poderio alemão contra a precariedade de recursos da União Soviética não hesitaria em apontar o lado vencedor.

Contudo, a guerra é uma caixinha de surpresas. Stalin não tinha um exército, uma aeronáutica, uma marinha forte, mas tinha gente, muita gente. Russos para morrer é o que não faltava. Assim a Alemanha começou a dominar cidade após cidade da União Soviética. E havia uma quantidade gigantesca de terra para conquistar. O problema é que o inverno se aproximava e nada de Stalin pedir arrego. Os alemães entravam cada vez mais no território inimigo até não terem mais como realizar uma retirada rápida. Neste momento, os russos partiram para o ataque.

O resultado foi decisivo para a queda dos nazistas. A União Soviética perdeu boa parte da sua população, mas venceu a guerra. Muito tempo depois a Rússia tentou tomar conta do Afeganistão. Rapidamente conquistou as cidades mais importantes do país como Cabul e Jalalabad. O problema é que os afegãos foram para as montanhas e começaram uma série de ataques guerrilheiros. O saldo foi trágico para a Rússia, que depois de perder centenas de milhares de vidas se retirou do local com o rabo entre as pernas.

Portanto o recuo do regime Talibã, parece ser tudo menos uma rendição. Tem mais a ver com uma guerra de marcha-a-ré. As notícias da morte do regime radical fundamentalista são, no mínimo, exageradas. Existem várias montanhas repletas de Talibãs dispostas a complicar a vida de qualquer novo presidente. Além do fato de possuírem armas e treinamento militar, os talibãs ainda são fanáticos o suficiente para matar a tudo e a todos.

Muitos acreditam que os talibãs já se infiltraram no vizinho Paquistão. Se isso for verdade, para os Estados Unidos a guerra está apenas começando. Até que o Al Qaeda esteja definitivamente eliminado, o perigo é constante. Afinal, depois de tantas invasões, os estrangeiros são difíceis de serem aceitos no país. E um governo de coalizão tem tudo para frcassar. Enfim, no Afeganistão, considerando as características da região, ri por último quem sobe a montanha...

Da equipe de articulistas

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