Diário do Fim do Mundo


25/10/2001 - O Bin Laden virtual

Agora é sério. Mesmo quem ainda não acredita que vamos todos rumo ao apocalipse direto e sem escala vai se surpreender. O momento não é de soluções pacíficas ou de diálogo. Todo mundo tem um limite, e a Terra já está com as prestações do cartão de crédito vencidas. Como se não bastasse a destruição do World Trade Center, a disseminação do antraz pelos correios norte-americanos, surge o vírus Bin Laden!! Acredite quem quiser, a Symantec identificou esta nova ameaça virtual baseada no terrorista número 1 do mundo.

O vírus chega por e-mail com um texto, no campo assunto, que faz referência ao ataque ao Afeganistão. Dentro há um arquivo anexado binladen_brasil.exe. Ao clicar no programa, ele instala no computador arquivo Invictus.dll, que é utilizado para infectar todos os executáveis (.exe) no sistema. Se o computador estiver ligado em rede o vírus também é capaz de roubar suas senhas de rede. Além disso, deixa o drive C: ser compartilhado, facilitando o ataque de hackers. Toda vez que o loser infectado ligar o seu micro o invasor será executado.

Osama Bin Laden agora virou uma ameaça virtual. Todo mundo sabe que o terrorista é uma espécie de inimigo invisível, mas assim já é demais. Evidentemente que se a maioria das pessoas que usam a Internet soubessem que arquivos executáveis desconhecidos, devem ser deletados impiedosamente não haveria nenhum perigo. O problema é muita gente só consegue ligar o computador por puro acaso, o que dirá se proteger de vírus.

Aliás o vírus Bin Laden foi classificado como nível 2 em uma escala que vai até 5. Ele é capaz de produzir danos médios e também possui uma capacidade de distribuição média. O Norton AntiVirus detecta o invictus.dll, o que pode bloquear a ação do vírus. O problema é que o antivírus não consegue impedir a contaminação, apenas impede os efeitos do vírus. É como se fossem as bolas de um touro na hora da reprodução... o vírus entra, mas não participa.

Um detalhe não pode ser ignorado. O arquivo binladen_brasil.exe pode ter sido feito por aqui mesmo. Quer dizer, os nossos hackers são melhores do que os afegãos. Especulamos, inclusive, se os Estados Unidos não vão começar a plantar informantes nas faculdades de Informática e Ciência da Computação. O Brasil pode estar na linha de frente do terrorismo virtual. O certo é que no exército Talibã, os guerrilheiros só vão conhecer a Internet no dia em que inventarem um computador movido à areia.

De qualquer maneira, Osama Bin Landen está certo na sua estratégia. Os países são varridos do mapa, mas o vírus ficam. Você certamente pode, daqui a alguns anos, sequer saber onde ficava o Afeganistão, mas vai se recordar do vírus que infectou o seu micro. Basta lembrar que há pouco tempo o vírus I Love You causou desastres em todo o planeta. Milhares de menininhas apaixonadas abriram o e-mail e executaram o arquivo, pensando: "que meigo, ele me ama de verdade". Certo, certo.

Os Estados Unidos atualmente são o antivírus do Talibã. O problema é que vírus são mutantes e se baseiam na burrice humana. Uma aposta difícil de ser perdida. Todavia, uma coisa é certa, a batalha virtual já foi vencida por Osama Bin Laden. Afinal, se os americanos tentassem dar o troco, retaliar o ataque via vírus, não poderia fazer nada. No Afeganistão, quem tem e-mail é rei...

Da equipe de articulistas

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