Chrome é uma versão ruim do Opera?


O Google resolveu dar mais um passo em busca da dominação do universo. Lançou, no dia 2 de setembro, o seu navegador: o Chrome. O objetivo é derrotar a liderança - ainda folgada, mas em queda - do Internet Explorer.

Em uma daquelas análises da ZeroZen, baseadas em 15 minutos de testes implacáveis, é possível chegar a algumas conclusões sobre o navegador do Google. O Chrome é rápido? Sim, com certeza. O Chrome é uma alternativa consistente ao Internet Explorer? Lógico, mas que browser não é?

Enfim, o Chrome parecer ser uma versão ruim do Opera. Neste momento a grande maioria dos usuários desta impoluta revista deve estar a se perguntar: o que diabos música gritada por gente obesa tem a ver com a Internet?

Pasmem, mas o Opera é um navegador. Aliás, na verdade, é o melhor navegador da Web. Disparado. Quilômetros à frente da concorrência. Sério. Ei! Parem de rir!

O grande problema do Opera é que ele é o "melhor navegador que ninguém usa". Pensou em navegação por abas? O Opera fez primeiro. Pensou em thumbnails das páginas mais visitadas? O Opera fez primeiro.

Para quem não sabe, o Opera foi criado em 1994 pela empresa estatal de telecomunicações da Noruega Telenor, e atualmente é desenvolvido pela Opera Software com sede em Oslo. Infelizmente, de nada adianta tanto esforço, pois ele segue sendo ignorado pelos usuários.

De volta ao Chrome, é possível afirmar que ele copia, de forma espartana, as melhores idéias do Opera. O pessoal do Google está de parabéns por investir em um design bem simples e apostar na velocidade. Outra característica interessante é o fato de que as abas funcionam independentemente umas das outras, se alguma falha ocorrer, as outras não deverão ser afetadas. Ou seja, o navegador não "fecha todo de uma vez", se houver um erro em uma aba qualquer.

Com o lançamento do Chrome, muitos analistas sem noção apostaram que o navegador poderia iniciar uma nova "Guerra dos Browsers". Para os neófitos, este foi um evento decisivo na Web. Durante aproximadamente quatro anos (de 1995 a 1999) a Netscape resolveu brigar com a Microsoft.

Acredite quem quiser, a Netscape, produzia um navegador de mesmo nome, e tinha 90% do mercado em suas mãos. Sim, era uma liderança confortável e segura. Na verdade, nem tanto. Os brilhantes executivos da empresa resolveram desafiar Bill Gates.

Eles de fato conseguiram irritar muito a Microsoft. Tanto que a empresa de Bill Gates não descansou enquanto não destruiu a rival. A tática foi simples, inserir no sistema operacional recém-lançado, o Windows 95, Internet Explorer e não cobrar nada por isso.

Pronto. A Netscape não tinha como angariar dinheiro e Bill Gates apostou na tradicional preguiça do usuário. Ou seja, para que eles iriam acessar a Internet e fazer o download do Netscape Navigator/Comunicator se já tinham um navegador disponível?

A Microsoft foi processada pela Netscape alegando que a sua concorrente estaria utilizando táticas monopolistas para ganhar o mercado de browsers (processo antitruste). Apesar de sofrer um baque, conseguiu sobreviver ao ataque. E terminou assumindo a liderança no mercado de navegadores.

Diga-se de passagem, o crescimento do Firefox só foi ocorrer, quando a Microsoft passou a exigir que os usuários tivessem uma versão original do Windows XP para baixar o Internet Explorer 7. Só assim, uma parcela dos usuários preguiçosos saiu em busca de uma alternativa e descobriu que o Firefox era muito melhor do que o lixo de navegador que estavam usando.

Para terminar: o Chrome é uma ameaça ao Firefox e ao Internet Explorer? Não, mas de jeito nenhum. Quem usa o IE (não importando a versão) é um mandrião, um indolente, um madraço. E não importa o que aconteça vai seguir utilizando o navegador da Microsoft.

Quem usa o Firefox está interessado em customizar o seu navegador. E conta para isso com uma série de extensões interessantes. Ou seja, não vai querer mudar para um browser espartano, sem recursos adicionais, somente por que ele é um pouco mais rápido.

E, finalmente, o Opera também não vai ser afetado por que afinal ninguém usa mesmo esse navegador. Moral da história: Google investindo em browsers: Chrome assim?

P.S. - Um dos maiores patrocinadores da Fundação Mozilla é o próprio Google. Quer dizer... para que gastar milhões para desenvolver um navegador melhor que o IE e quando finalmente consegue conquistar uma fatia respeitável do mercado larga tudo de mão e investe em outro projeto? Tem gente que gosta mesmo de queimar dólares...

Da equipe de Articulistas