Só existe um imortal tricolor

Há pouco tempo, o Grêmio estava em frangalhos, completamente destruído por uma série de direções ineptas. Teve de transformar o vexame da segunda divisão em uma das maiores demonstrações de garra jamais vistas em um campo de futebol. E renasceu. Com toda a força da mística do imortal tricolor.

O Grêmio se sagrou campeão gaúcho do jeito que gosta: com sofrimento. Novamente, o tricolor deu marcas de uma superação monumental. Na semifinal foi derrotado pelo Caxias por 3 a 0. Foi um massacre. O time da Serra aproveitou para tocar flauta e posar de campeão. Pena que se esqueceu da partida de volta no Olímpico...

Ao chegar no Estádio, time da Serra Gaúcha tremeu. Foi triturado, esmagado, trucidado. O Grêmio venceu por 4 a 0 e foi para a final. Detalhe: se a partida durasse mais dois minutos uma missão da ONU – de ajuda humanitária - invadiria o campo. Pois o que se via era um massacre de proporções inigualáveis.

Na final, o adversário foi o sempre simpático Juventude. Um time do bem, que nunca fez mal ao Grêmio. Porém, contrariando o seu histórico, a equipe alviverde de Caxias do Sul insistiu em não ser derrotada pelo tricolor. Tomou um banho de bola constrangedor e abjeto. Mesmo assim, conseguiu o prodígio de chegar a passar na frente do marcador e com dois gols totalmente espíritas fazer 3 X 2.

Contudo, no último lance da partida, o pior jogador em campo, o centroavante Tuta, fez um gol decisivo. Empatou a peleia em 3 X 3. Com isso, as chances do Juventude, que já eram reduzidas, passaram a ser mínimas.

Porém, apesar de ser absolutamente desnecessário, o Juventude decidiu vir a Porto Alegre jogar a segunda partida da final. Para quê? Foi massacrado. Levou 4 a 1, mas poderia ser mais, muito mais. De fato, o Grêmio exagerou um pouco. Não era preciso golear um time amigo e tão simpático.      

Jarbas Schier