Deus não joga mais no Inter

O Inter foi eliminado do Gauchão e da Libertadores. Foram dois fiascos espetaculares bem ao gosto do timetsom Bem, lá se foi a vizinhança. O título mundial era privilégio de uma casta de times aguerridos capazes de lutar até o último segundo em busca da vitória. Os ataques rompiam aos trancos as defesas adversárias, o meio-campo trucidava os incautos aventureiros que ousassem passar pelo setor e a defesa distribuía patadas e botinadas em todas as direções. Até que o Inter chegou...

Não há dúvida que Deus, em sua infinita sabedoria, decidiu dar esse presente inesquecível aos colorados. Ao contrário da lógica, do bom senso, o Inter não se reforçou para o mundial.Muito pelo contrário. O time campeão da Libertadores com Rafael Sóbis, Tinga, Jorge Wagner e Bolívar era infinitamente superior ao que levou a taça de campeão mundial.

Mesmo com tudo errado, mesmo mantendo o técnico Abel Braga o Inter chegou ao título máximo do futebol. Atingiu finalmente um nível internacional. Deixou de ser mirim, uma equipe patética e ridícula que vivia sonhando com o time de 1979 (que diga-se de passagem amarelou na Libertadores). Agora o colorado é de fato um time grande.

Porém, pode o leitor da ZeroZen pensar que o título obtido pelo Inter contra o Barcelona foi injusto. Nada mais falso. A vitória foi merecida. Enquanto do outro lado, aquele dentuço amarelava para o lateral Ceará, o Inter insistia em uma retranca espetacular. Aliás, basta olhar as estatísticas do jogo. Todas são a favor do Barcelona (posse de bola, chutes a gols, escanteios, etc.).

Isso é ruim? Lógico que não. Assim mesmo é que se ganham título. Com a boa e velha retranca. Então, em um contra-ataque comandado por Iarley (que já tinha sido campeão mundial pelo Boca Juniors) há um passe perfeito combinado com uma monumental sucessão de erros bisonhos da defesa da equipe espanhola e acontece o gol fatídico.

Neste ponto, talvez, Deus tenha exagerado um pouco. O gol foi de Adriano Gabiru. Ele era sem dúvida o jogador mais odiado e contestado do grupo do Inter. Só foi ao Japão porque o atacante colombiano Rentería se contundiu. Bem, quer a torcida goste ou não Gabirú é o ídolo máximo do Inter. Falcão, Capapava, Figueroa são todos figuras pequenas e risíveis diante da dimensão do feito de Gabirú.

O mais incrível é o fato de que a ficha ainda não caiu para a torcida colorada. Muitos ainda vêem o título mundial como apenas mais uma conquista. Pergunte a um torcedor do Inter qual foi o melhor time o de 79 ou o de 2006. A resposta normalmente demonstra toda a falta de grandeza dos colorados....

Porém, depois de toda a festa do Internacional há um consolo para os gremistas. O fato é que em 2006 o Inter alcançou o ponto mais alto de sua existência. Não há como subir mais. Só existe um caminho daqui para a frente e é para baixo. A velocidade estonteante da queda vai atingir os colorados. Daqui para frente são anos de tormentos inenarráveis, times bisonhos, técnicos patéticos até que Deus tenha pena e resolva jogar junto de novo.

Jarbas Schier

P.S.: A ZeroZen, em um furo de reportagem, conseguiu uma fonte confiável que garante que Ele desistiu de ajudar o Inter em 2007. Portanto, o colorado vai voltar a ser o mesmo fiasco de sempre, para alegria das demais torcidas.

P.S.: 1- O Inter venceu o bisonho Patu-thuca e se sagrou campeão da Recopa. É incrível como o colorado vem decaindo e mesmo assim ainda consegue ganhar títulos com alguma relevância. Deus é um sujeito com um senso de humor muito estranho.