A falta que faz falta na Seleção brasileira
A Seleção Brasileira empatou com a Venezuela em 1 a 1 no Estádio Monumental de Maturín. A novidade é que a equipe comandada por Dorival Jr. fez um gol de falta. Há 19 anos que isso não acontecia nas Eliminatórias da Copa do Mundo.
Dá para perceber a falta que faz falta na Seleção brasileira. Aliás, esse é um time marcado por faltas. Falta talento, falta toque de bola, falta drible, falta infiltração, falta treinador, falta comissão técnica, falta futebol...
Sim, o Brasil começou o jogo melhor. Sim, a Seleção foi melhor do que a Venezuela em todo o primeiro tempo. Mas isso é fácil. Não requer habilidade ou esforço. É como abrir a porta do microondas ou ligar o interruptor de luz...
De resto, o Brasil foi o mesmo de sempre. Vini Jr perdendo gols incríveis, o meio campo mais lento do que tropeiro de lesma. Mas na hora da bola parada a estrela de Raphinha brilhou. Aos 42 minutos, ele cobrou falta no ângulo esquerdo do goleiro venezuelano. A bola ainda tocou na trave antes de entrar.
Pronto. Era só tocar a bola e explorar a velocidade de Vini Jr para empilhar uma goleada acachapante. Porém, não foi isso que aconteceu. Para o segundo tempo, o técnico da Venezuela optou por sacar Murillo e colocar em campo o jovem Segovia, 21 anos. Aos 46 segundos, ele marcou o gol de empate. A Venezuela armou uma boa jogada pela esquerda, Savarino fez um passe na medida para Segovia. Como ele estava completamente livre, chutou forte, no ângulo. O goleiro Ederson não teve nenhuma chance: 1 a 1.
A partir daí, o Brasil lutou para recuperar o controle da partida. Até poderia ter conseguido quando Vini Jr partiu em velocidade pela esquerda e foi derrubado dentro da área pelo goleiro Romo. Pênalti absurdamente claro! Mas o árbitro marcou fora da área! Pelo menos, o VAR estava atento e avisou o juiz.
Então, vem aquele momento que mostra a falta de comando na Seleção. Quem melhor bate falta na Seleção? Raphinha. Quem fez um gol de falta na mesma partida? Raphinha. Quem é o melhor batedor de pênaltis da Seleção? Raphinha. Quem resolveu cobrar a penalidade máxima? Vini Jr. É dose pra mamute.
Resultado? O atacante do Real Madrid cobrou muito mal, no meio do gol. Ficou fácil para o goleiro Romo. Só que, no rebote, Vini Jr teve outra chance para marcar. Bastava dominar a bola, escolher o canto e se consagrar. Mas o atacante chutou torto, de perna esquerda, para fora.
O jogo se arrastou até o final. A Seleção parece um terreno improdutivo prestes a ser invadido pelos sem-terra. No final da partida, González foi expulso após acertar com a mão Vini e Martinelli. Mas o Brasil foi incapaz de articular uma pressão, mesmo com um jogador a mais. Para deixar tudo mais ridículo, o sistema de irrigação foi ligado, o que paralisou a partida por alguns minutos. De qualquer forma, a Seleção manteve o seu padrão natural de incompetência e a igualdade se manteve até o apito final.
O resultado deixa a seleção brasileira com 17 pontos, em terceiro lugar. Não é ruim, mas vale lembrar que o Uruguai ainda joga na rodada contra a Colômbia. Aliás, a Seleção volta a atuar na terça-feira, às 21h45, justamente contra a Celeste, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Não é um jogo fácil, não é uma vitória garantida. Ainda mais para uma seleção em que falta tudo, inclusive, futebol...