Grêmio perde o jogo do VAR atrasado

O Grêmio foi derrotado pelo Atlético-MG por 2 a 1 na Arena MRV em jogo atrasado do Brasileirão. Só que atrasado mesmo foi o VAR. O tricolor não teve uma atuação ruim, mas, para usar um eufemismo, foi vítima de uma arbitragem polêmica.

Se a gente for absolutamente rigoroso, a equipe treinada por Renato Portaluppi jogou 25 a 30 minutos com muita qualidade. O problema é que no primeiro ataque o galo mineiro marcou um gol. E foi em um lance (vamos usar outro eufemismo) confuso.

Aos 8 minutos, Hulk deitou e rolou em cima do Jemerson. Foi um drible atrás do outro. Então o atacante entrou na área, empurrou o zagueiro gremista e ia avançando para o gol. Só que Jemerson caiu e bateu no joelho do Hulk, que desabou na área. O juiz imediatamente marcou pênalti.

Bem, houve o contato? Claro que sim. Só que a regra fala em intensidade. Ou seja, não basta o toque, é preciso avaliar se realmente houve força suficiente para derrubar o adversário. Agora... Por favor, todo mundo sabe que o Hulk é um dos heróis mais fortes da Marvel. Ou seja, é preciso uma intensidade absurda pra derrubar o Hulk...

O VAR achou que foi mesmo penalidade máxima. Na cobrança, o camisa 7 atleticano chutou sem maiores preocupações. Não importa o canto, Marchesín sempre vai pular para o outro lado. Só que o Grêmio reagiu quase que imediatamente.

Aos 11 minutos, Braithwaite recebeu cara a cara com Matheus Mendes e tentou uma cavadinha. Não deu certo. O goleiro conseguiu defender. Mas no rebote, o camisa 22 fuzilou com categoria para o fundo das redes. Mas aí o VAR rapidamente entrou em campo. Mostrou para o árbitro Luiz Flávio de Oliveira que o centroavante gremista usou a mão. Talvez tenha sido preciso usar todas as 78 câmeras disponíveis até encontrar aquela que mostrava o braço do dinamarquês. Gol anulado.

Só que o tricolor seguiu mandando na partida. Até que, aos 23 minutos, veio a justiça no placar. Dodi fez belo lançamento para Aravena. O chileno ganhou na velocidade de Saravia, invadiu a área e disparou um petardo para deixar tudo igual: 1 a 1.

A partir daí, o jogo ficou aberto. Tanto o Galo como o tricolor criaram boas chances. O problema é que no final do primeiro tempo, Rodrigo Eli falhou na marcação e Hulk deu belo passe para Deyverson. O atacante do Atlético-MG tocou com categoria na saída do goleiro gremista. O final da primeira etapa teve um gosto amargo para a equipe comandada por Renato Portaluppi.

Na segunda etapa, o Atlético-MG voltou melhor. Hulk quase marcou. Otávio acertou a trave esquerda.  A solução de Renato foi mexer na equipe. Diego Costa entrou no lugar de Igor Serrote. Depois, Pavón e Monsalve também entraram em campo. Diego Costa ainda segue abaixo do esperado. Após uma boa jogada de Monsalve, tentou um voleio e mandou por cima do gol. E foi só. O Grêmio acabou derrotado.

Agora... pausa para aquele clichê máximo do futebol, tudo é Gre-Nal. Após a data Fifa, o tricolor  gaúcho encara o Inter. A partida será no dia 19 de outubro, às 16h, no Beira-Rio. O colorado é favorito. Mas o time gremista melhorou em relação a si mesmo e vai com alguma esperança. Isso, é claro, se o VAR da partida resolver respeitar as regras do futebol.

P.S. - Um jogador do Atlético-MG deveria ter sido expulso, mas o VAR não chamou. Houve um pênalti a favor do Grêmio, mas o VAR não chamou. Possivelmente, estava ocupado lendo o livro das regras do futebol...

Jarbas Schier