Brasil e o jogo da bola parada

A bola parada foi o destaque no empate em 1 a 1 entre Brasil e Colômbia pela Copa América. De fato, dá para afirmar que a bola parada decidiu a partida. Seja no golaço de falta marcado por Raphinha (detalhe: há mais de 4 anos que a Seleção não marcava um gol assim) seja no pênalti escandaloso em Vini Jr. sonegado pela arbitragem.

Mas que ninguém se iluda. A Seleção treinada por Dorival Jr. jogou mal. Foi completamente dominada pelo time colombiano na maior parte do tempo. Aliás, se a Colômbia vencesse não seria um resultado injusto. O meio campo brasileiro foi um desastre.

Basicamente, parece que os comandados de Dorival Jr. trabalham em uma repartição pública. É um futebol tremendamente burocrático. E, verdade seja dita, parecia que a Seleção acreditava que era sexta-feira, de manhã. Por que isso é tão importante? Bem, no funcionalismo público se ninguém resolver até esse horário, tudo fica para a semana seguinte.

Foi o que o Brasil fez. Marcou um golaço, aos 11 minutos. Raphinha, em cobrança de falta, acertou o ângulo de Vargas. O público - majoritariamente colombiano - que lotou o estádio Santa Clara, em São Francisco, ficou embasbacado. Seria a volta do bom futebol da Seleção? Não mesmo.

A Colômbia tomou conta do jogo. O Brasil recuou e passou a jogar no modo funcionalismo público só esperando a hora de bater o cartão e voltar para casa. Mas, aos 42 minutos, em um raro momento de lucidez do ataque brasileiro, Vini Jr. venceu a marcação na velocidade e foi derrubado dentro da área. Pênalti claro. Pênalti escandaloso. Era a chance do 2 a 0 e de definir a vitória ainda no primeiro tempo. Mas a arbitragem ignorou a penalidade e o VAR (argentino, diga-se de passagem) disse que foi um lance normal.

Nos acréscimos do primeiro tempo, James Rodríguez - um dos melhores jogadores da partida - recebeu na entrada da área e, mesmo cercado por marcadores, fez um ótimo passe para Muñoz. Ele entrou livre pelo lado direito. O colombiano recebeu e chutou na saída de Alisson: 1 a 1.

Se o Brasil não tinha jogado bem na primeira etapa, conseguiu o prodígio de voltar ainda pior. No segundo tempo foi completamente dominado. Aliás, se Borré não tivesse perdido mais um gol incrível a Seleção teria sido derrotada. Foi mais uma daquelas atuações para se esquecer. E não adianta botar o Endrick faltando cinco minutos para acabar a partida e esperar um milagre.

Agora o Brasil vai enfrentar o Uruguai no próximo sábado. É hora do mata-mata.Quem perder, volta para casa mais cedo. Para piorar, Vini Jr. levou um cartão amarelo e não encara os uruguaios. Será que Dorival Jr. vai perceber o óbvio e escalar Endrick? Ou será que vai esperar outra bola parada?

Jarbas Schier