Dorival Jr. é um técnico à procura de equilíbrio
Depois do caos dos últimos tempos, a Seleção brasileira parece estar voltando à normalidade. Venceu o México por 3 a 2 em um amistoso preparatório para a Copa América. O Dorival Jr parece ser uma pessoa obcecada pelo equilíbrio técnico. Tanto que escalou uma equipe praticamente reserva só para tornar o espetáculo um pouco mais competitivo.
Agora, faz sentido testar os reservas antes da Copa América. Não. De jeito nenhum. Porém, é claro que a Seleção titular do Brasil é muito, mas muito melhor do que a do México. Aliás, a Seleção reserva também é melhor. Tanto que venceu o amistoso disputado no Estádio Kyle Field, no Texas.
Em nome do Fair Play, Dorival Jr. escalou um time tão limitado, que venceria o Vasco só por 1 a 0. De qualquer forma, a seleção já começou a partida atropelando os mexicanos. Aos cinco minutos, Andreas Pereira recebeu um bom passe de Savinho. Deixou dois marcadores no chão e chutou sem chances para o goleiro.
Depois disso, a seleção mexicana foi lentamente se acertando na partida. O Brasil não teve muito mais chances de ampliar. Foi um jogo morno, sem muito interesse, com vários passes errados de ambos os lados. Porém, no início da segunda etapa, o Brasil foi feliz de novo.
Militão - ora vejam só - fez um daqueles lançamentos de meio-campista da década de 70 e encontrou Yan Couto. Ele avançou pela direita, driblou o marcador e deu um passe perfeito para Martinelli, que só teve o trabalho de tocar para o fundo da rede. Com o 2 a 0 parecia que o segundo tempo seria apenas um protocolo para esperar o tempo passar. Ledo engano.
O México resolveu ir pra cima. Só que o técnico Dorival fez substituições importantes e promoveu os ingressos de Pepê, Lucas Paquetá e Endrick. Os mexicanos seguiam dominando as ações. Até Vega recebeu de Antuna após saída errada de Paquetá e cruzou para Quiñones descontar. 2 a 1.
Bom, então era hora de administrar o jogo, certo? Mas os reservas do Brasil mostravam claros sinais de desentrosamento. Vinicius Júnior e Bruno Guimarães ingressaram na partida. A Seleção melhorou. Todavia, o castigo pela escolha de um time reserva veio em seguida.
Na cobrança de escanteio, Guillermo Ayala cabeceou livre. Alisson fez uma grande defesa. Só que o mexicano conseguiu pegar o rebote dentro da área em uma falha incrível do sistema defensivo do Brasil. Ele chutou forte. A bola ainda bateu no pé do goleiro brasileiro, mas acabou entrando.
A partir daí os mexicanos comemoravam o empate, abriam garrafas de tequila em campo, se empaturravam de nachos. Só que esqueceram de marcar Vini Júnior e Endrick. A dupla foi decisiva. Nos acréscimos, Vinicius Júnior cruzou da esquerda e Endrick cabeceou de forma certeira, inapelável. 3 a 2.
Agora, tudo bem que Dorival Jr. é um técnico à procura de equilíbrio. Mas não dá para deixar Endrick no banco. O garoto tem 17 anos, três partidas pela seleção e três gols. E não foi titular em nenhum dos jogos! Ao que tudo indica, o Brasil conseguiu gerar mais um daqueles craques indiscutíveis. Então, no próximo amistoso, contra os Estados Unidos, menos equilíbrio e mais Endrick.