Brasil e Espanha: nada como um pênalti atrás do outro

Desta vez, os arautos do desastre, os comentaristas de Fifa, os gênios dos sites de apostas, estavam confiantes: o Brasil seria derrotado de forma acachapante pela Espanha. Mas não foi isso o que aconteceu. A partida terminou de forma eletrizante em um empate em 3 a 3. Teve até outro gol de Endrik. Porém, o destaque da partida foi o árbitro António Nobre.

O juiz apitou de forma ensandecida. Inventou um pênalti atrás do outro. Como o jogo não tinha VAR, o árbitro resolveu seguir as vozes da sua cabeça. O desastre só não foi maior porque ele assinalou uma penalidade máxima clara e incontestável a favor do Brasil no último lance da partida. Mas calma. Antes é preciso contar a história da partida.

A Espanha jogou melhor? Sim. A Espanha dominou o jogo? Sim. O técnico Dorival Jr. ficou mais perdido do que cupim em metalúrgica e levou um verdadeiro nó tático? Sim, com certeza. Mas o Brasil tem um daqueles jogadores diferenciados. Endrik mostrou novamente que não veio a passeio na Seleção.

A Espanha mudou um pouco a forma de jogar. Antes eles apostavam na posse de bola inútil. Agora, os espanhóis marcam pressão no campo do adversário, recuperam rapidamente a bola e somente depois disso voltam a boa e velha posse de bola inútil. Isso poderia indicar um modorrento empate em 0 a 0. Ledo engano.

No começo da partida, um jogador se destacou: Lamine Yamal. Aliás, o nome é uma propaganda enganosa, pois ele foi bem... De qualquer forma, aos 10 minutos, ele caiu na área. Tentou cavar um pênalti e conseguiu! O árbitro António Nobre assinalou uma penalidade máxima tão criminosa quanto ridícula. Rodri cobrou sem chances para Bento.

A seleção brasileira não conseguia reagir. Mas nada é tão ruim que não possa piorar. Aos 35 minutos, Dani Olmo recebeu dentro da área, deu uma caneta humilhante em Beraldo, passou como quis por Bruno Guimarães e finalizou no ângulo. Um golaço. Bem, neste momento, a goleada acachapante poderia ser uma realidade. Mas aos 40 minutos, o goleiro Unai Simón fez uma saída de bola que foi uma verdadeira homenagem a Fernando Diniz. Simplesmente fez um passe perfeito para Rodrygo. O atacante não perdoou e tocou por cobertura.

A torcida brasileira ficou curiosa sobre como iria reagir o técnico Dorival Jr. Ele teria um plano B? Aparentemente não. Mas ele promoveu quatro mudanças de uma vez, incluindo a entrada de Endrick, que mais uma vez entrou para decidir. Aos quatro minutos, Andreas cobrou escanteio na área. Laporte cortou de cabeça. Porém, a bola caiu no pé de Endrik. E quem perdoa é padre. O jovem atacante bateu de primeira e empatou a partida.

A partir daí, a Espanha seguiu com a posse de bola e o Brasil resolveu apostar em contra-ataques. Então, quando tudo indicava um empate em 2 a 2 veio mais uma invenção do criativo árbitro António Nobre. Aos 39 minutos, Carvajal recebeu passe em profundidade, Beraldo mal encostou no espanhol que desabou no chão. Novamente, os espanhóis tentaram cavar um pênalti. E deu certo de novo! Mais uma penalidade criminosa e risível. Rodri mais uma vez foi para a bola e converteu.

Era a hora da raiva e do ranger de dentes. Era hora de xingar muito nas redes sociais. Mas, nos acréscimos, Galeno foi agarrado por Carvajal. Pênalti claro. Desta vez o juiz acertou. Na cobrança, Lucas Paquetá chutou com categoria para empatar de novo.

O Brasil fez dois testes difíceis e não perdeu. Analisando de forma fria e racional ainda existe muita coisa para melhorar. Porém, pelo menos, a Seleção Brasileira voltou a jogar futebol. E isso não é pouca coisa...

Jarbas Schier