Grêmio empata em ritmo de carnaval

O Grêmio seguiu mostrando o seu futebol consistente. Ou seja, jogou mal de novo. Mas, desta vez, ficou no empate em 1 a 1 com o São Luiz na Arena. O resultado, em pleno sábado de carnaval, foi péssimo. Aliás, fica uma palhinha do samba-enredo gremista de 2024: "é carnaval/é a doce ilusão/O Grêmio joga mal/E perde a liderança do Gauchão".

O técnico Renato Portaluppi deixou claro que não está satisfeito com o rendimento da equipe. Novamente, o samba-enredo desafinou na passarela. Durante todo o primeiro tempo, o tricolor jogou de forma indolente, já pensando na festa depois da partida. Já o São Luiz estava com a fúria de um herege, correndo com se não houvesse amanhã.

No primeiro tempo, o Grêmio sentiu o calor. Mas também sentiu a falta de futebol. JP Galvão de novo, novamente, outra vez perdeu um gol incrível. Porém, verdade seja dita, a chance mais clara foi mesmo do São Luiz. Vini Peixoto recebeu dentro da área e tocou com categoria na saída de Marchesín, mas a bola carimbou a trave.

Na volta do intervalo, Renato Portaluppi tirou Cristaldo e colocou o Nathan “Pescador” no meio-campo. Adicionou um pouco mais de correria, mas perdeu qualquer chance de criatividade no meio-campo. O São Luiz passou a dominar a partida. Aos 12 minutos, Renato mexeu novamente colocando Galdino no lugar de J.P. Galvão que saiu vaiado de campo.

Aos 15 minutos, aconteceu o óbvio. Pian colocou a bola área, Borasi tocou de cabeça para Lucas Souza. Ele dominou e com categoria bateu colocado para abrir o placar na Arena. São Luiz 1 a 0. Aí foi o momento em o Grêmio desabou no quesito harmonia. O time virou um amontoado de jogadores. Poderia ter levado uma goleada, se o time adversário tivesse um pouco mais de ambição.

Aos 27 minutos, Renato enlouqueceu. Tirou os dois zagueiros Kannemann e Geromel - ao mesmo tempo. A ideia suicida era deixar o Grêmio mais ofensivo. O volante Dodi e o meio-campo Rubens entraram em campo. Por incrível que pareça a estratégia deu - parcialmente - certo.

Sim. O Grêmio chegou ao empate. Porém, nenhuma dessas substituições ajudou a subir a média abaixo da crítica do restante do time. A sorte foi tirar Jhonata Robert e colocar Gustavo Nunes em campo. Ele se destacou no meio de tanta mediocridade. Gustavo Nunes mostrou a que veio. Foi um oásis de lucidez. Tanto que, aos 42 minutos, ele alçou a bola na área com perfeição. E Galdino apareceu livre para cabecear sem chance para o goleiro Raul.

A partir daí, sem zagueiros, o Grêmio sofreu uma pressão monumental. Foi um filme de terror completamente desnecessário. O São Luiz esteve mais próximo da vitória. Apesar disso, o jogo acabou com placar igual. Um resultado muito ruim. Mas como acontece em todo carnaval tem horas que a gente simplesmente aceita que "foi isso que se pode arranjar".

Agora o Grêmio vai a Erechim para enfrentar o Ypiranga, na próxima quarta-feira. O tricolor ocupa a vice-liderança da competição. Por conta do empate com o São Luiz, a vitória virou uma obrigação. Mas se continuar em ritmo de carnaval, a equipe treinada por Renato Portaluppi pode conhecer o verdadeiro significado da quarta-feira de cinzas...

Jarbas Schier