Como demitir quem não pode ser demitido?

Fernando Diniz é o técnico interino da Seleção Brasileira. Basicamente, é aquele grupo desconhecido que abre para a atração principal em um show de rock. Ele não pode nem vai ser demitido. Seu contrato já tem data de validade. Mas se estivesse de verdade no cargo teria de ser defenestrado depois do pífio e patético empate com a Venezuela em 1 a 1.

O Brasil desde o começo da partida deu sinais de que era um time perdido em campo. Novamente tentou agrupar jogadores e adotar o Dinizismo. Esse peculiar estilo de futebol que só faz sucesso na cabeça dos fãs do treinador. O mesmo estilo que só consegue vencer se o adversário se chama Internacional...

De qualquer forma, o primeiro tempo foi melancólico. O empate em 0 a 0 foi realmente justo. Porém, no intervalo, restava a esperança que Fernando Diniz desistisse de suas convicções e deixasse o Brasil jogar futebol. Nada feito. A Seleção voltou igual para a segunda etapa.

Porém, aos 4 minutos, veio um vislumbre de sanidade. Neymar cobrou escanteio e o zagueiro Gabriel Magalhães, de cabeça, fez 1 a 0. Pronto. Era mais do que suficiente para vencer mais uma partida das Eliminatórias da Copa do Mundo.

Só que - pasmem - a Venezuela foi pra cima. Aliás, isso só aconteceu pelos espaços que o Dinizismo proporciona. Então, os venezuelanos tomaram coragem, passaram do meio campo e passaram a levar perigo ao gol brasileiro. O técnico brasileiro percebeu o problema e fez uma substituição tripla. Saíram Casemiro, Bruno Guimarães e Vinícius Júnior. Todos os três estavam jogando abaixo da crítica. Entraram: André, Gerson e Matheus Cunha. Eles conseguiram o prodígio de jogar ainda menos...

Só que a Venezuela não tinha nada a ver com as deficiências do Brasil. Então, aos 40 minutos do segundo tempo, veio o castigo. Savarino recebeu livre na direita e cruzou. O atacante Bello fez uma meia bicicleta, uma puxeta diriam os antigos, e marcou um golaço. Um belo gol do Bello.

Apesar do pouco tempo, o Brasil ainda tinha tempo para reagir. Ainda mais pelas evidentes fragilidades da seleção venezuelana. Mas não deu. O empate serviu para coroar a atuação lamentável do Brasil. No final da partida as duas equipes ainda ensaiaram um momento MMA, mas nem isso foi suficiente para dar alegria à torcida brasileira.

Agora, o Dinizismo vai enfrentar o Uruguai. A partida será no dia 17 de outubro, terça-feira. O Uruguai joga em casa no estádio Centenário com o apoio da torcida. O detalhe é que o treinador da Celeste é Marcelo "El Loco" Bielsa. Então, essa é uma partida absolutamente imprevisível. A única coisa certa é que a torcida brasileira está inquieta, ansiosa, só na espera da atração principal...

Jarbas Schier