Dinizismo sofre com Peru encolhido

O Brasil venceu o Peru por 1 a 0. Mas foi sofrido. O Peru passou o jogo todo encolhido. Não queria sair pro jogo de jeito nenhum. Ele estava em casa, então preferiu ficar no sofá tomando um chocolate quente. Porém, a Seleção ainda teve de enfrentar outro adversário temível, o VAR mais lento da América Latina.

Até agora o técnico Fernando Diniz vem fazendo a sua parte. Dois jogos, duas vitórias. Também segue na liderança das eliminatórias, graças ao saldo de gols. Mas, verdade seja dita, a Seleção não jogou bem contra o Peru, em Lima. Aliás, os jogadores já disseram várias vezes que o novo esquema tático da seleção é prazeroso. Ora bolas, de prazer quem entende é o Peru. Deve ser por isso que o jogo foi tão complicado.

A primeira chance de gol foi aos 15 minutos. Depois do lançamento de Neymar, houve o toque para dentro da área e Raphinha chutou forte para marcar. Detalhe: estava completamente impedido. Então entrou em campo o VAR mais lento da América Latina. Depois de um tempo excruciante, mais do que suficiente para esfriar o ânimo da Seleção, finalmente saiu o veredito. Gol anulado.

Mas aos 28 minutos o VAR se superou. Era um lance um pouco mais difícil. Depois de uma boa troca de passes a bola foi cruzada na área. Richarlyson subiu mais que a zaga e marcou de cabeça. O problema é que estava impedido. Por pouco, mas estava. Mesmo pela imagem da TV a posição ilegal era clara. Mas o VAR tinha de confirmar o lance.

A partir daí foram quase oito minutos. Foi um show de lerdeza. Talvez esse seja o primeiro VAR artístico de que se tenha notícia. Feito com esmero, com as linhas de impedimento traçadas à mão. Sendo refeito umas 20 vezes até acertar a tonalidade perfeita do azul e do vermelho. Toda essa demora para confirmar o óbvio. Richarlyson estava mesmo impedido.

Depois disso, a seleção ficou com medo de atacar. O que, honestamente, faz sentido. Se eles fizessem outro gol, o VAR ia levar uns 30 minutos para analisar. A partida não ia terminar nunca e provavelmente os jogadores perderiam o voo de volta para o Brasil...

Na segunda etapa, o Dinizismo seguiu fracassando. O time errava passes demais. O Peru seguia encolhido, sem vontade de aparecer. A Seleção não produzia muitos lances de perigo. Então, tudo se encaminhava para um modorrento empate. Só que aos 44 minutos, o Brasil conseguiu um escanteio pela esquerda. Neymar cobrou, Marquinhos subiu mais que a zaga e cabeceou com perfeição. Por sorte o gol foi legítimo e não precisou da conferência do VAR.

Agora, o Brasil só volta a campo no dia 12 de outubro. A partida será contra a fraquíssima equipe da Venezuela na Arena Pantanal. O Dinizismo tem tudo para aplicar outra goleada. E se a FIFA quiser ajudar, por favor, envie o VAR artístico para uma exposição em algum museu da Europa...

Jarbas Schier