A vida depois da Copa do Mundo em quatro minutos

Essa é uma corneta para ser lida em quatro minutos. Afinal de contas, a seleção brasileira descobriu que muita coisa pode acontecer nesse tempo. Então, para curar a ressaca de uma Copa do Mundo desperdiçada da forma mais tosca e bisonha possível, vamos fazer um amistoso. Resultado? O Brasil venceu a seleção da Guiné por 4 a 1.

Não dá para negar que deu a lógica. Mas nem poderia ser diferente. A seleção africana ainda é absurdamente ingênua. É um time de confusão e correria. Ainda assim, com toda essa falta de preparo conseguiu fazer um gol no Brasil. Uma curiosidade foi o Brasil ter atuado com o uniforme preto. Talvez pelo combate ao racismo, talvez pelo luto de deixar o hexa escapar - em quatro minutos - de uma forma tão ridícula.

A equipe treinada por Ramon Menezes não fez uma grande apresentação. E nem precisava. Ainda assim, faltou futebol. Apesar do jogo truncado, o primeiro gol saiu aos 27 minutos. Falta para o Brail na lateral da grande área. Danilo cobrou com veneno, Richarlison desviou o cruzamento, mas o goleiro Koné fez boa defesa. Só que a bola sobrou para o estreante Joelinton. Ele tocou para o fundo da rede. Antes a bola ainda resvalou no braço de Casimiro. O VAR foi chamado. Se fosse uma partida do Grêmio seria mão, o jogador tricolor seria expulso e o Grêmio perderia o mando de campo por uns 10 jogos. Mas como era um amistoso o gol foi validado.

Aos 30 minutos, Rodrygo roubou a bola no campo de ataque, invadiu a área e bateu forte. Um golaço. Só que aos 36 minutos, Guirassy aproveitou indecisão da defesa brasileira e cabeceou para as redes. 2 a 1. Guiné passou a gostar do jogo e foi pra cima. Então, Ederson fez boas defesas. Um goleiro que defende? Não deixa de ser uma novidade na seleção brasileira...

Na volta para o segundo tempo, o Brasil retornou com o seu uniforme tradicional: camisa amarela, calção azul e meias brancas. Deu sorte. Aos dois minutos, Lucas Paquetá fez o cruzamento, e a defesa da Guiné ficou mais perdida do que maçã em salada de maionese e a bola ficou livre para Éder Militão cabecear para o fundo do gol.

Daí pra frente, a Guiné se lançou para o ataque de forma quase suicida. Só não tomou uma goleada histórica por conta da incompetência do ataque brasileiro. Aliás, Richarlison perdeu um gol incrível. Era para ter saído de campo vaiado. A goleada foi sacramentada aos 42 minutos.

Malcom, que entrou no lugar de Rodrygo, gingou para cima da marcação e foi derrubado. Pênalti. Vini Jr. foi escalado para a cobrança. O atacante bateu mal. Telegrafou o canto. Para piorar, foi uma bola fraca. A diferença é que Guiné não tem futebol, muito menos goleiro. Koné falhou miseravelmente. 4 a 1 e fim do massacre.

Agora o Brasil vai ter um teste de verdade. A seleção volta a campo na próxima terça-feira, em Lisboa, no Estádio José Alvalade, casa do Sporting. A partida será realizada às 16h. O adversário é o Senegal, que chegou às oitavas de final da última Copa do Mundo. Aí vai ser possível avaliar alguma evolução no futebol da seleção brasileira. Por enquanto resta ficar pensando naqueles malditos quatro minutos...

Jarbas Schier