O dia em que El Pistolero ficou pistola

O Grêmio acabou derrotado de forma absurda e inconcebível pelo o Ypiranga de Erechim por 2 a 1. A equipe treinada por Renato Portaluppi perdeu uma invencibilidade de 20 partidas. Para deixar tudo mais indigesto, Suárez novamente desperdiçou um pênalti. Esse foi mesmo o dia em que El Pistolero ficou pistola...

Agora, raiva mesmo tem de ter o torcedor gremista. A vitória do Canarinho foi tão criminosa que deve ter infringido uns 15 artigos do Código Penal. Porém, pelo bom futebol apresentado na segunda etapa a equipe de Erechim merecia o empate. Mas só isso.

O Grêmio começou amassando. Dominou toda a primeira etapa. Perdeu gols e mais gols. Aos 11 minutos, Suárez provou mais uma vez ser um jogador decisivo. Recebeu um ótimo lançamento de Pepê, passou pelo marcador, e - de três dedos - com muita categoria tirou do goleiro Caíque.

O primeiro tempo poderia - aliás, deveria - terminar com uma vantagem maior para o tricolor. O volante Pepê sentiu dores musculares e foi substituído por Ferreirinha. Ele entrou bem. Foi derrubado criminosamente dentro da área. Mesmo assim, só com ajuda do VAR para o árbitro assinalar o pênalti. O problema é que Luis Suárez bateu mal. E, de novo, foi decisivo para o resultado final da partida. Só que dessa vez pelos motivos errados.

Na segunda etapa, tudo mudou. O Ypiranga voltou muito melhor. Nitidamente, o Grêmio estava satisfeito com o 1 a 0 e só torcia pelo fim do jogo. Até que aos 23 minutos Matheuzinho foi derrubado por Kannemann. De novo, um daqueles pênaltis indiscutíveis. Mas o árbitro outra vez só marcou com ajuda do VAR. Isso, é claro, só podia ser um mau sinal. De qualquer forma, Erick com seriedade, sem chances para o goleiro Adriel. Fato: faz tempo que o Grêmio não tem um goleiro pegador de pênaltis.

Aí vem o momento mais polêmico do jogo. Aos 51 minutos, ou seja nos acréscimos, veio outro pênalti para o Ypiranga. Outra vez Kannemann, outra vez com o auxílio do VAR. Só que o zagueiro gremista estava desequilibrado, quase caindo, tinha errado o tempo de marcação e, por isso, o atacante do Ypiranga conseguiu cabecear. O problema é que a bola bateu na sua mão. Isso é pênalti? Só se você acredita em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e criptomoedas...

Erick de novo bateu muito bem e sacramentou a virada do time de Erechim. Agora, o Grêmio precisa vencer por 2 a 0 para se classificar no tempo normal. O Canarinho pode empatar. É uma tarefa difícil? Nem tanto, mas se o craque - ou seja, o VAR - do Ypiranga repetir a mesma atuação, o tricolor terá problemas.

Jarbas Schier