Grêmio empatou de forma épica ou de forma ridícula?

A polarização está na moda. E não estamos falando de uma certa marca de cerveja. Porém, a grande discussão após o 1 a 1 na Arena contra o Bahia foi: o Grêmio empatou de forma épica ou de forma ridícula? Existem, claro, bons argumentos para ambos os lados. Porém, um parece indiscutível. A equipe treinada por Renato Portaluppi tomou um gol de Lucas Mugni. Lucas Mugni. É preciso dizer mais alguma coisa? Senhores membros do júri (e torcedores em geral) julguem de acordo com a sua consciência...

Agora, vem a parte estranha da partida. O Grêmio realmente jogou bem no primeiro tempo. Foi imensamente superior ao Bahia. O tricolor gaúcho tentou desesperadamente resolver tudo primeiro tempo. Mas não deu. Desperdiçou um caminhão de oportunidades. Então nos acréscimos, aos 48 minutos, Jacaré fez um cruzamento ardiloso. Houve um leve desvio de cabeça. Mas Grando foi na bola. Só que rebateu para frente nos pés de Lucas Mugni. Ele só teve o trabalho de tocar para o fundo das redes. Uma falha absurda do goleiro gremista e o gol que só pode ser descrito como criminoso.

No começo do segundo tempo, a reação tricolor não veio. A conversa de vestiário do técnico Renato não funcionou. Para piorar, ficou nítido que os jogadores gremistas correram tudo o que podiam na primeira etapa. A equipe se arrastava em campo. O Bahia tomou conta da partida e poderia ter ampliado o placar. Gabriel Grando fez boas defesas para compensar o seu erro grotesco.

Renato resolveu entrar em ação. Lucas Leiva e Thaciano foram sacados do time para as entradas de Thiago Santos e Guilherme. Como agora a retranca não era mais uma opção, o treinador também abriu mão dos três volantes. Bitello saiu para a entrada de Elkeson. Edilson, que fez uma péssima partida, deu lugar para Léo Gomes. Deu certo? Honestamente? Não. O Grêmio virou uma bagunça. O meio campo passou a ser dominado pelo Bahia.

Mas fica um recado para os leitores que moram em Salvador. Esse time do Bahia fede de tão ruim. Poderia ter feito três a zero ao natural. Porém, foi impedido pelas suas limitações técnicas. Sim, o Grêmio para manter a tradição teve um gol anulado pelo VAR. Então, quando praticamente não havia mais esperança, algo incrível aconteceu.

Mesmo completamente desorganizado em campo, o Grêmio fez uma jogada. Aos 38 minutos, Villasanti fez um passe para Guilherme na direita. Aí aconteceu o improvável, o jogador gremista conseguiu vencer a marcação. Foi até a linha de fundo e cruzou. Thiago Santos (nunca critiquei) cabeceou firme para empatar o jogo na Arena: 1 a 1.

A partir daí o Grêmio até organizou uma pressão. Sem muita efetividade, diga-se de passagem. Porém, graças ao empate entre Vasco e Sport a distância para o quinto colocado permanece em cinco pontos. Só que agora com uma rodada a menos. E já que o destino adora uma ironia, o próximo jogo será domingo, dia 23 de outubro, no estádio dos Aflitos, contra o Naútico.

Jarbas Schier