Grêmio e os diferentes tipos de empates

O técnico Roger Machado é um grande defensor da igualdade no futebol. Talvez por isso ele seja um apaixonado pelo empate. Arma sempre a equipe para garantir um glorioso 0 a 0. Nem sempre os seus planos dão certo e eventualmente o Grêmio acaba até vencendo. Mas o fato é que o resultado de 2 a 2 contra o Cruzeiro na Arena mostra que existem diferentes tipos de empate.

Então, qual tipo de empate foi esse contra o Cruzeiro? É uma boa pergunta do leitor da ZeroZen. A resposta é simples: esse é o empate ridículo. O Cruzeiro só chegou à igualdade no placar graças a uma incrível cagada ensaiada da defesa gremista. O resultado mais lógico por tudo que as equipes apresentaram seria a vitória do tricolor. Porém, quando a torcida se dá por conta que para vencer é preciso que o Janderson acerte um chute... É melhor aceitar que o empate é sempre o resultado mais provável.

O Grêmio começou a partida com três volantes: Villasanti, Lucas Leiva e Bitello. Como a partida era contra o líder, talvez até se justificasse tamanha preocupação por parte do treinador gremista. Ainda assim, nos primeiros 15 minutos o tricolor teve boas iniciativas e parecia que iria dominar a partida.

O problema é que aos 17 minutos Luvanor recebeu um ótimo lançamento. Para piorar, Lucas Leiva falhou e terminou estatelado no chão. Então, o atacante ficou cara a cara com Brenno. O goleiro gremista até tocou na bola, mas não conseguiu evitar o gol. Cruzeiro 1 a 0.

O Grêmio se desmantelou em campo. Perdeu completamente o rumo. O Cruzeiro passou a dominar a partida. Levou perigo várias vezes. O público de mais de 50 mil pessoas torcia para o primeiro tempo terminar o mais rápido possível. Então, aos 30 minutos, as torcidas organizadas do Grêmio resolveram brigar entre si. O jogo foi interrompido. A tropa de choque da Brigada Militar precisou intervir para acabar com a pancadaria generalizada.

Então, aos 47 minutos, o Grêmio teve um escanteio a seu favor pelo lado direito do campo. Bitello cobrou com precisão milimétrica e Diego Souza - sempre ele - subiu no vigésimo quinto andar e cabeceou com categoria. Era o gol de empate. Para alegria dos torcedores e do técnico Roger Machado.

A segunda etapa começou de forma eletrizante. Logo no primeiro ataque, Biel fez boa jogada e passou para Nicolas. O lateral foi até a linha de fundo e cruzou. Então, Bitello apareceu de surpresa, mergulhou e de cabeça tirou a bola do alcance do goleiro. 2 a 1. Era a virada. A torcida gremista comemorava - com justiça - o resultado.

A partir daí, o Grêmio mostrou uma evolução. Biel e Ferreirinha jogaram bem. O meio campo e a defesa estavam bem postados. Nada indicava que o Cruzeiro teria forças para buscar uma reação. Só que Ferreira sentiu dores e deu lugar a Guilherme. Biel cansou e foi substituído por Janderson.

Até que aos 27 minutos a bola foi alçada na área do Grêmio. Foi um lançamento errado, mal-feito, sem perigo. Breno saiu na bola e se chocou com Villasanti. A bola sobrou livre para Rafa Silva, que só teve o trabalho de colocar para o fundo da rede. O Cruzeiro sem talento, sem toque de bola, sem organização, sem pressão, sem nada, conseguiu igualar o marcador! Isso, caros zeronautas, é o que se chama de um empate ridículo.

Depois, Roger colocou em campo Campaz e Elkeson tirando Natã e Diego Souza. O time ficou mesmo mais ofensivo. Mas a melhor chance de gol caiu nos pés do Janderson. Resultado? Bola no travessão...

Agora, o Grêmio volta a campo na sexta-feira. Vai enfrentar o Ituano, na Arena, às 19h. É partida para fazer três pontos e colocar um pouco de paz e tranquilidade nessa campanha repleta de empates. Mesmo com o tropeço, o Grêmio segue na 3ª posição, com 44 pontos. A vantagem para o quinto colocado é de oito pontos.

Jarbas Schier