O Grêmio e a incompetência dos outros

O Grêmio terminou o primeiro turno da série B em quarto lugar. Está com cinco pontos de vantagem para o quinto colocado, o Tombense. Está há 13 jogos invicto. Deveria ser um momento de comemoração, certo? Errado. A equipe treinada por Roger Machado foi de uma ruindade avassaladora no empate em 1 a 1 com o Brusque. E só segue na zona de classificação graças a incompetência dos outros.

Verdade seja dita, nem Vasco nem Bahia estão jogando um futebol de qualidade. São times limitados para usar um eufemismo. Começaram o campeonato empilhando vitórias suspeitas. Agora, a conta chegou. Basicamente, passaram a desperdiçar pontos fáceis e perderam fôlego na tabela. A incompetência dos outros está garantindo a tranquilidade da torcida gremista. O Cruzeiro, por outro lado, vai se classificar com folga.

Por incrível que pareça, o tricolor tem apenas uma mísera vitória fora de casa. Mas sempre consegue somar um ponto. Não é evidentemente uma campanha de campeão. Só que o Grêmio não precisa desse título, precisa voltar para a série A. Esse é o foco, esse é o objetivo. Então, Roger Machado segue sendo o defensor da igualdade no futebol.

Aliás, o time do Grêmio foi praticamente o mesmo. A exceção ficou por conta do Nicolas. Devido a uma gastroenterite ficou de fora da partida. Daí, Roger precisou escalar Diogo Barbosa na lateral esquerda. Era mais fácil ter colocado um cone de trânsito. Por que, além da péssima atuação, ele ainda falhou no gol do Brusque.

O jogo começou feio. Truncado. Ambas as equipes se esmeraram em errar passes. Na verdade, foi um primeiro tempo feito para ser esquecido. Então vamos pular logo para a segunda etapa. De fato, ela começou de forma eletrizante. Aos 4 minutos, Bitello roubou uma bola e passou para Biel. Ele fez uma tabela rápida e deixou o volante na cara do gol. Bitello tocou com categoria na saída do goleiro. 1 a 0. Tudo indicava que o Grêmio iria montar uma retranca ferrenha, digo, apostar em um futebol reativo depois do gol. Porém, a vantagem no placar durou pouco.

Aos 9 minutos, houve uma falta pelo lado esquerdo de ataque do Brusque. Não era necessariamente perigosa. Mas estava na cara que o time catarinense ia levantar a bola na área. O zagueiro Wallace Reis - graças a Diogo Barbosa - subiu completamente livre e cabeceou forte. Gabriel Grando não pegou. Mas não dá para esperar milagres. Resultado? 1 a 1 no placar.

Depois de tanta emoção, a partida melhorou? Não. Grêmio e Brusque voltaram a mesma rotina do primeiro tempo. Muita marcação, muita correria e uma tonelada de passes errados. Mas como nem Bahia, nem Vasco venceram, o resultado pode ser considerado - com muita boa vontade e amor no coração - bom.

Agora, o Grêmio volta a campo no sábado. É o começo do segundo turno. O tricolor enfrenta a Ponte Preta, às 16h30 na Arena. É uma partida para garantir três pontos e se manter com folga no G-4. Por que também não é necessário ficar apostando tanto assim na incompetência dos outros...

Jarbas Schier