A verdadeira vitória Farroupilha

Foi épico. Foi digno dos melhores momentos do Grêmio da década de 90. E foi absurdamente sofrido com o jogo indo até os 57 minutos do segundo tempo. O tricolor venceu o Flamengo por 1 a 0. O resultado coloca a equipe treinada por Luiz Felipe Scolari a um passo de sair da zona de rebaixamento. No dia 20 de setembro essa foi verdadeira vitória Farroupilha.

Antes de mais nada, o torcedor nutella pode até não gostar do trabalho do Felipão. Mas o fato é que o Grêmio voltou a ter cara de time. Sim, uma equipe retranqueira, com um meio de campo marcador que distribui pontapés sem discriminação. Porém, é nítido que o tricolor vem melhorando a cada jogo.

A partida no primeiro tempo foi de entrega total. Todo mundo marcou bem. Vanderson, Ruan, Rafinha, Thiago Santos, Villasanti, Alisson e até mesmo Ferreirinha pareciam volantes de ofício. O Flamengo até tentou acelerar o jogo. Mas encontrava um paredão atrás do outro.

Com tanta disposição para se defender, a partida foi se arrastando para o intervalo. Até que, aos 47 minutos, Ferreirinha fez uma bela jogada pela esquerda e cruzou na medida. O colombiano Borja subiu sozinho e cabeceou de forma inapelável. Era tudo que o Grêmio precisava.

O problema é que ainda restavam 45 minutos. Como se sabe, o Grêmio sempre perde o fôlego na segunda etapa. Para piorar as coisas, logo na volta do intervalo o goleiro Chapecó se machucou feio. Ele trombou com Rodrigues e levou a pior. Brenno entrou para assistir a partida, pois raramente foi exigido. E isso já dá uma ideia da abnegação gremista na segunda etapa.

O Flamengo tentava atacar. O Grêmio fazia faltas, ganhava divididas, corria o tempo inteiro. Quando buscavam um contra-ataque os jogadores gremistas eram derrubados. Levavam dois dias para se levantar. Para cobrar a falta mais dois dias. Na base da catimba, o tempo foi passando. Mas ainda havia muito drama pela frente.

Por que o juiz resolveu dar 12 minutos de acréscimo! 12 minutos de puro sofrimento. Só que no meio de tanta agonia, Léo Pereira do Grêmio disputou a bola com o Léo Pereira do Flamengo. Só que o jogador da equipe carioca meteu a mão na bola. Pênalti indiscutível. Só que ninguém viu. Para a sorte dos tricolores, o VAR estava acordado e avisou o juiz.

Então, Borja chamou a responsabilidade e pediu para cobrar. Porém, ele mal podia caminhar. Se arrastava em campo, extenuado. Cobrou no canto esquerdo, mas Diego Alves fez uma bela defesa. Restou ao Grêmio lutar desesperadamente por mais alguns minutos até o apito final.

Não dá para dizer que o Renato Portaluppi ajudou o Grêmio, mas dá para dizer que ele substituiu mal. Já Felipão colocou o que podia em campo. Foi o suficiente para segurar a vitória. O tricolor gaúcho está a um ponto de deixar a zona do rebaixamento. O próximo jogo é contra o Athletico-PR no domingo, 26 de setembro, às 18h15. O jogo é fora de casa na Arena da Baixada. Mas, depois da vitória Farroupilha, os gremistas podem se dar ao luxo de acreditar em outra vitória...

Jarbas Schier