Por que o Grêmio odeia os grandes goleiros?

O Grenal 433 terminou em um glorioso 0 a 0. Esse foi o retorno triunfal do Felipão. A retranca está de volta. Melhor do que ganhar é não perder. E, considerando a atual situação gremista, não é uma estratégia ruim. Mas depois de uma atuação simplesmente brilhante do Gabriel Chapecó no clássico resta uma pergunta. Por que o Grêmio odeia os grandes goleiros?

Chapecó e Brenno são dois goleiros excepcionais. Mas todo o amor da direção gremista foi endereçado a Vanderlei e Paulo Victor. Mesmo com falhas grotescas de ambos em partidas decisivas, sempre houve espaço para perdão. Só que não dá para ignorar o fato que dois dos melhores goleiros do Brasil são da base do Grêmio.

É só o Felipão ver o óbvio. Sim, o Grêmio precisa de reforços. Mas não de mais goleiros. E quanto ao Gre-nal dá para dizer tranquilamente que o Inter jogou melhor o primeiro tempo e o segundo também. Poderia ter marcado, mas Chapecó estava inspirado.

Taison tentou, mas logo percebeu que é mais fácil marcar gol nos goleiros da Ucrânia. Já Yuri Alberto foi mais insistente. Só para descobrir que Chapecó é uma muralha intransponível. O meio campo do Grêmio melhorou com Fernando Henrique e Bobsin. Mas Rafinha e Cortez em campo é algo inaceitável para quem quer sair da lanterna. Com três pontos, faltam só mais 43 para acabar essa agonia.

Em tempo, a campanha do Inter é absurdamente enganadora. O Colorado ocupa a 14ª colocação - onze pontos em onze jogos. Seria um momento de crise, mas todo mundo está focado em acompanhar o suplício gremista. Diego Aguirre não é técnico para levar o Inter a uma classificação para a Libertadores.

Felipão vai seguir sem tempo para respirar. Na terça-feira, o tricolor encara a LDU, às 19h15min, em Quito. É a partida de ida das oitavas da Copa Sul-Americana. Se antes o Grêmio era um dos favoritos a levar o título, agora é hora de fazer uma retranca vergonhosa e esperar pelo melhor. Que fase...

Jarbas Schier