O novo Grêmio é igual ao antigo
Existe uma regra não escrita do futebol que diz: "às vezes é importante mudar, não mudando". Resumindo: faça pequenas alterações, mas mantenha as grandes convicções. O problema nesse caso é quando as convicções estão totalmente equivocadas. E depois da derrota para o Athletico-PR por 1 a 0 em casa, fica claro que o Grêmio está como o seu tio bêbado no hipódromo. Ou seja, apostando nos cavalos errados.
Antes de mais nada, o Athletico-PR é um bom time. Veio com a estratégia de se defender. E fez isso muito bem. Além do mais, se reforçou corretamente. A contratação de Matheus Babi foi uma aposta certeira. Agora, mesmo com a proposta defensiva, as melhores chances de gol foram da equipe paranaense. E isso pode ser explicado com a repetição de velhos erros gremistas.
O único gol da partida saiu aos 43 minutos do primeiro tempo. Os visitantes abriram o placar em um descuido de marcação. Marcinho fez um lançamento preciso para Matheus Babi entre os dois zagueiros do Grêmio. O atacante tocou com categoria na saída de Brenno. A bandeirinha até tentou ser amigável e gentil, pois criou um impedimento que foi um verdadeiro presente. Porém, o VAR entrou em campo e validou o gol.
Bem, mas e os erros do Grêmio? Eles são visíveis e tem nome. Não dá para escalar Cortez e Luiz Fernando. Simplesmente não dá. Jhonata Robert e depois Jean Pyerre decepcionaram. Novamente o tricolor foi lento, previsível, sem alternativas. Apresentou os mesmo problemas que custaram uma Copa do Brasil e uma classificação para a fase de grupos da Libertadores.
Na segunda etapa, o Grêmio teve 68% de posse de bola! Isso é ridículo. Por que foi algo totalmente inútil. Esse domínio não resultou em gols. Aliás, sequer resultou em chances de gols. Isso que o juiz foi generoso e deu sete minutos de acréscimos. Porém, mesmo que desse uma hora, isso não seria suficiente para o Tricolor buscar o empate.
Agora, o Grêmio vai enfrentar, na quinta-feira, o Sport na Ilha do Retiro. A partida será às 21h. Se a equipe treinada por Tiago Nunes não mudar, não buscar alternativas, teremos um ano cheio de problemas. Se o novo Grêmio continuar igual ao antigo corre o risco de mais uma derrota na competição.