A classificação sonolenta do Grêmio

O jogo entre Grêmio e Brasiliense foi feio, horroroso, tenebroso. O empate de 0 a 0 foi suficiente para garantir a classificação do tricolor gaúcho. O jogo foi sonolento, um verdadeiro exemplo de como transformar uma partida de futebol em um potente sonífero. Mas o que importa é classificação. Até por que teve gente que já ficou no meio do caminho como Cruzeiro, Palmeiras, Corinthians e, é claro, o Internacional.

Sobre o jogo do Grêmio não há o que dizer. Foram 90 minutos de nada. O primeiro tempo foi uma espécie de treino com transmissão pela TV. Tanto Grêmio quanto Brasiliense estavam pensando na pandemia, no preço da cesta básica, nas eleições de 2022, enfim, em qualquer coisa, menos jogar futebol. Verdade seja dita, isso agradou demais ao Jean Pyerre.

Aliás, o Grêmio mandou até o estádio Boca do Jacaré, em Taguatinga, a melhor escalação possível em tempos de Covid-19. O mais incrível foi a consistência apresentada. Todo mundo jogou mal. E, mesmo assim, o Brasiliense pouco produziu. Aliás, ainda conseguiu o prodígio de ter um jogador expulso na segunda etapa. Sim, Zotti conseguiu a façanha de levar dois cartões amarelos em menos de um minuto!

Então, aos 30 minutos da etapa final, o jogo ficou ainda mais fácil. Era hora da goleada, certo? Errado. O Grêmio seguiu indolente. Depois da expulsão, o técnico do Grêmio, Tiago Nunes, trocou Lucas Silva por Maicon. É ideia era ir para o ataque. Aos 34, Ferreirinha chutou no travessão. Pelo menos um lance para mostrar na televisão. Mas foi só

Já no Beira-Rio a ficha começa a cair. O vice-campeonato brasileiro foi uma aberração. Com um elenco limitado e uma ajuda inestimável do VAR, que praticou verdadeiros assaltos esportivos, o Inter obteve um resultado muito acima do esperado. Agora, que decidiu não renovar com o seu craque está mostrando o seu verdadeiro futebol. Levou um sacode do Vitória, perdeu por 3 a 1, e foi eliminado. Ou seja, o Grêmio joga, se classifica, e causa sono nos torcedores. Já o Inter perde, faz fiasco e tira o sono dos torcedores...

Jarbas Schier