O Grêmio é um time sem parâmetro
Deu a lógica. O Grêmio não teve dificuldades para se sagrar campeão gaúcho. Aliás, tetracampeão gaúcho! Embora seja difícil de acreditar, a tacanha imprensa esportiva do Rio Grande do Sul apostava no Internacional. É sério. Inclusive chegou a dizer que Taison é maior do que Douglas Costa! Mas o Gre-nal foi um sinal de alerta. Empatar em 1 a 1 com o Inter é com certeza motivo de crise.
A verdade é que o Grêmio atualmente é um time sem parâmetro. A equipe treinada por Tiago Nunes tem oito jogos com sete vitórias e um empate. Com certeza é um bom desempenho. O problema é que o tricolor só enfrentou adversários fracos tanto na Sul-americana como no Gauchão.
A final do Gauchão não começou movimentada. Mais uma vez o jogo posicional do "genial" Miguel Ángel Ramírez prevaleceu. O Inter passou os 15 primeiros minutos trocando passes defensivos. O Grêmio disse: "a pressa é tua, não minha" e se dedicou a marcar com empenho para tentar roubar a bola e criar oportunidades.
Até que, aos 38 minutos, surgiu o espírito do Gre-nal. Rafinha e Yuri Alberto discutiram, bateram no peito um do outro. O árbitro Leandro Vuaden não titubeou. Puxou o cartão vermelho e expulsou os dois jogadores. Bem, poderia ser um amarelo para ambos? Poderia. Mas o clássico gaúcho não é para os amantes do diálogo e da diplomacia. O jogo, é claro, parou e veio aquela confusão básica. Porém, o importante é que Tiago Nunes retirou Maicon e colocou Vanderson, Uma ótima substituição.
O Grêmio abriu o placar nos acréscimos do primeiro tempo, mais precisamente aos 51 minutos. Em um rápido contra-ataque, Matheus Henrique roubou a bola no campo defensivo e tocou para Diego Souza. O centroavante avançou pela meia e passou na medida para Ferreirinha. O atacante se livrou da marcação e chutou rasteiro. Foi um chute colocado, certeiro, mortal. Marcelo Lomba nada pode fazer.
O Inter iria reagir na segunda etapa. Antes disso, um detalhe fundamental. Aos 12 minutos, Ramírez tirou Edenílson e colocou Guerrero. Só para dar mais uma chance ao atacante peruano passar em branco em mais um clássico. Aos 22 minutos, veio o empate colorado. Moisés cobrou falta pela esquerda de ataque. Chuveirinho pra dentro da área. E deu certo. Ninguém foi na bola, que atravessou toda a área e sobrou para Dourado. Ele cabeceou para o chão, completamente livre, e tirou Brenno da jogada.
Com o empate o jogo mudou. O Grêmio foi pra cima. Massacrou o Inter. Vanderson, Ferreirinha e Ricardinho perderam gols impossíveis. Só assim mesmo para o colorado segurar o empate. No final, o título ficou nas mãos do melhor time do Estado. Porém, é possível fazer algum elogio à equipe treinada por Miguel Ángel Ramírez. Claro que sim. Como o Inter não ganha títulos, a torcida não faz aglomeração e isso colabora para impedir a disseminação do novo corona vírus.
Agora, o Grêmio joga na quinta-feira na Colômbia contra o La Equidad, pela última rodada do grupo H da Copa Sul-Americana. Se vencer, termina a fase de grupos com 100% de aproveitamento. No domingo, o Tricolor estreia no Brasileirão contra o Ceará, às 16h, no Castelão. Nenhum dos dois jogos serve de parâmetro. Mas pelo menos são adversários mais difíceis que o Internacional...