A Covid-19 escalou muito mal o Grêmio
O Grêmio perdeu de forma vergonhosa, absurda e bizarra por 2 a 1 para o Independiente del Valle. Sim, o raio caiu duas vezes no mesmo lugar. A sorte dessa equipe equatoriana é notável. Deve lutar pelo título da Libertadores ou ser eliminada na primeira fase. De qualquer forma, é fácil saber quem é o culpado dessa eliminação precoce. Claro que foi o novo corona vírus. A verdade é que a Covid-19 escalou muito mal o Grêmio.
A corneta sempre dá um período de trégua para quem está na casamata. Afinal de contas, é preciso mostrar trabalho, definir esquema de jogo, acertar o time principal e por aí vai. Só que a Covid-19 está há um ano rondando o Grêmio. Sempre presente. Porém, no momento de agir, ela decide tirar de campo o Vanderson e poupar o Cortez. Assim não dá. É realmente lamentável.
O jogo foi praticamente igual ao primeiro. O Grêmio dominou no início, perdeu chances, mas voltou pior para a segunda etapa, teve um jogador expulso e, a partir daí, foi um banho de bola da equipe equatoriana. Sim, o raio caiu duas vezes não exatamente no mesmo lugar (até porque as partidas foram disputadas em estádios diferentes). Ainda assim, no futuro, as pessoas irão dizer que a superioridade do Independiente del Valle foi nítida. Tanto que venceu as duas partidas. Só que isso é praticamente igual ao que aconteceu, embora completamente diferente.
O Grêmio começou dominando a partida. Com muita vontade, troca de passes e, ora vejam só, um inspirado Jean Pyerre. Ferreirinha teve um gol anulado no mínimo discutível. Porém, aos 22 minutos, Alisson cruzou e o zagueiro afastou. Só que a bola foi na direção de Jean Pyerre, que dominou com categoria e emendou um belo chute de fora da área. 1 a 0 que fazia justiça no placar e encaminhava uma classificação tranquila. Depois disso, o tricolor gaúcho empilhou uma chance atrás da outra. Só que perdeu todas.
Então, Cortez resolveu fazer uma falta na entrada da área aos 47 minutos do primeiro tempo. Sem necessidade e sem noção. Ortíz cobrou com maestria. Um golaço. Mas de forma alguma esse resultado fazia justiça no placar. Na segunda etapa, o Independiente del Valle subiu a marcação e passou a pressionar o Grêmio. A ideia da equipe equatoriana era marcar mais um gol. Já o Grêmio estava esperando por um contra-ataque. E ele veio. Jean Pyerre deu um ótimo passe para Diego Souza. O atacante, na cara de Ramírez, errou a cavadinha e mandou por cima. Sério! Diego Souza errou. De novo. Assim como na primeira partida.
Aos 18 minutos, outro momento digno de pesadelo. Maicon deu uma entrada mais forte em um equatoriano. De fato, não era lance para expulsão. O problema é que ele já tinha cartão amarelo por reclamação. Acabou expulso. A partir daí, com um a mais em campo, o Independiente del Valle dominou a partida. Porém, uma coisa tem de ficar clara, somente com um jogador a mais os equatorianos mandaram no jogo. Isso significa que o Independiente del Valle é ruim? Não. Claro que não. Somente que eles tiveram uma sorte desproporcional.
Como desgraça pouca é bobagem, aos 20 minutos, Faravelli lançou Ortíz. A defesa do Grêmio estava mais perdida do que ministro da Saúde do governo Bolsonaro. O atacante, completamente livre, teve tempo de dominar no peito e bater sem chances para o Brenno. A partir daí, o Independiente del Valle desperdiçou muitas chances de gols graças a outra grande atuação do goleiro Brenno.
Com o resultado ridículo, o Grêmio se junta a potências como Corinthians e Chapecoense, que também vivenciaram o mesmo tipo de vexame. Mas o torcedor gremista sabe que os erros que levaram a esse fiasco não são dessa temporada. O tricolor gaúcho tinha tudo para terminar em quarto lugar no Brasileirão e pegar uma das vagas diretas da Libertadores. Agora resta buscar o título da sul-americana (o que no fim das contas seria um atestado de incompetência para coroar essa temporada).