Grêmio, Coritiba e a final da Libertadores

Não. O título não está errado. O Grêmio empatou com o Coritiba em 1 a 1 e largou de mão o G4. Já o time paranaense já desistiu da série A. E, claro, nenhuma das equipes estava na final da Libertadores. Porém, a verdade é que a equipe treinada por Renato Portaluppi tinha todo interesse no título da maior competição de futebol entre clubes profissionais da América do Sul.

Vamos primeiro falar de mais um empate tricolor no Brasileirão. A primeira etapa foi totalmente gremista. Deu gosto de ver. Claro que era contra um adversário lá do fim da tabela de classificação, mas a verdade é que o Grêmio jogou bem. Aos 20 minutos, tanta pressão deu resultado. Jean Pyerre cobrou falta na medida para Paulo Miranda cabecear com estilo. A bola raspou no travessão e entrou sem chances para o goleiro Wilson.

A segunda etapa deveria ser um passeio do Grêmio. Provavelmente, acabaria resultando em uma goleada para animar a tarde de domingo da torcida. Ledo engano. O Coritiba voltou muito melhor. Partiu pra cima do Grêmio. A equipe comandada por Renato perdia eventualmente um gol aqui e outro lá. Mas o Coxa jogava melhor. Então, aos 27 minutos, Rafinha partiu em um contra-ataque fulminante, entrou na área e sofreu um contato de Darlan. O árbitro marcou pênalti. Por reclamação, Darlan, Bruno Cortez e David Braz foram amarelados. O goleiro e capitão Wilson veio bater a penalidade máxima. E foi como manda o figurino: forte, no alto, no canto direito. Paulo Victor não teve a menor chance.

Como o objetivo do Grêmio era irritar a sua torcida, conseguiu perder um pênalti no final da partida. Aos 41 minutos, Thaciano foi derrubado na área por Cerutti. Jean Pyerre foi para a cobrança. Bateu de forma displicente e previsível. A bola foi fraca, rasteira no canto esquerdo. O goleiro Wilson fez a defesa sem maiores dificuldades. Renato fez o seu 400º jogo como técnico do Grêmio e teve de aguentar um empate melancólico.

Mas e a final da Libertadores? Bem, a cada rodada fica claro que a chance do Grêmio estar na Libertadores 2021 é justamente vencer a Copa do Brasil. Por sorte, o Palmeiras foi o campeão da Libertadores. Com isso, as finais do torneio nacional foram parar nos dias 28 de fevereiro (em Porto Alegre), e 7 de março (em São Paulo). Até lá, existe bastante tempo para recuperar o time e voltar a jogar futebol.

Aliás,o Palmeiras vai disputar o Mundial de Clubes. Então, deve sofrer com a maratona de jogos. Na verdade, é bem simples a situação gremista. Se o Palmeiras for campeão mundial, vai perder o interesse pela Copa do Brasil? Não. A rivalidade com o Grêmio não permite. Se o Palmeiras NÃO for campeão mundial, vai vir desanimado para a final da Copa do Brasil? Não. A rivalidade com o Grêmio não permite.

Então, onde estão as chances gremistas? Fácil. No campeonato mundial, metade do time titular palmeirense se machuca, a outra metade pega Covid-19. Sem alternativa, a equipe paulista coloca o time reserva em campo. Perde a primeira por 2 a 0 e vence a segunda por 1 a 0 errando um pênalti aos 47 minutos do segundo tempo. Viu? Nunca foi tão fácil ganhar a Copa do Brasil..

Jarbas Schier