Expulsões e pancadaria: esse é um Gre-Nal raiz

O primeiro Gre-Nal da Libertadores, apesar de ficar em um tímido 0 a 0, começou com o pé direito e o pé esquerdo também. Todos no pescoço do adversário. O jogo teve uma pancadaria monumental e terminou com oito expulsos (quatro do Inter e quatro do Grêmio). Quase que a partida termina por falta de jogadores...

Com o resultado, Inter e Grêmio seguem na liderança do grupo, com quatro pontos. A dupla esta na frente do lanterna Universidad Católica e do América de Cali, que venceu a disputa contra o time chileno e agora tem três. Esse talvez seja um motivo para comemorar o resultado na Arena do Grêmio. Mas é preciso analisar o jogo em dois momentos: antes e depois da pancadaria.

Bem, o jogo foi bem disputado e estava com um bom nível técnico. O Inter teve mais dignidade do que no último Grenal e partiu para o ataque. Chutou a gol, mas como não está acostumado a atacar, acertou a trave. O Grêmio jogou bem. Teve posse de bola, outra boa atuação de Pepê e ficou nítido que boa parte dos problemas que o time enfrenta são causados pela ausência de Jean Pyerre.

O esquema com três volantes não serve. Mas não serve mesmo. Provavelmente até o técnico Renato Portaluppi já sabe disso. Como Deus não joga, mas fiscaliza. Maicon sentiu uma lesão e aos 8 minutos do segundo tempo, Jean Pyerre entrou em campo. Daí para frente o tricolor cresceu na partida.

O jogo estava disputado, com cara de empate. Aliás, o Grêmio poderia até ter saído vencedor. Aos 38 minutos do segundo tempo, Luciano recebeu a bola livre. Avançou em um contra-ataque rápido, letal. Só tinha o goleiro adversário pela frente. Poderia driblar e entrar com bola e tudo. Ou então tocar em qualquer canto com categoria. Resolveu fazer o mais difícil. Tocar de cobertura a quase dois quilômetros de distância. Errou, é claro.

Todavia, o lance que definiria o Gre-nal aconteceu aos 43 minutos do segundo tempo. Pepê sofreu falta de Heitor. Até, tudo normal. Só que enquanto Pepê estava no chão, o lateral colorado deu uma joelhada no jogador gremista! Se o juiz fosse rigoroso, expulsava Heitor e dava cartão amarelo para Pepê. Se o juiz quisesse terminar o jogo sem estresse, daria amarelo para Heitor e iria advertir Pepê pela reclamação.

Mas não foi isso que aconteceu. O juiz acreditou que estava em um amistoso entre times veganos ou budistas. Nada disso. Grenal é Grenal. O empurra-empurra começou e rapidamente evoluiu para uma pancadaria digna de MMA. Resultado? Quatro expulsões para cada lado. Dentro de campo, Caio Henrique, Luciano e Pepê levaram vermelho pelo Grêmio. Já Cuesta, Edenilson e Moisés foram expulsos pelo lado do Inter. Entre os reservas, Praxedes e Paulo Miranda foram expulsos.

Depois da confusão, a bola ainda rolou por mais 12 minutos! Só deu Grêmio. O tricolor quase marcou em um chute do zagueiro Geromel. E ainda teve uma chance espetacular quando Victor Ferraz fez grande jogada e rolou na entrada da área para Lucas Silva. O volante enfiou o pé com vontade. Ia ser um golaço. Só que Marcelo Lomba - em noite inspirada - desviou com a ponta dos dedos. A bola bateu no travessão e foi para escanteio.

Não dá para negar: com expulsões e pancadaria esse foi mesmo um Gre-Nal raiz. Dá bem a medida do que é um clássico na maior competição da América Latina. E ainda deixou a dupla com um recorde curioso. Esse é o segundo jogo com mais expulsões na história da Libertadores. Difícil ser mais raiz do que isso...

Jarbas Schier

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