Pepê e meritocracia mística do Grêmio

Muita coisa aconteceu em uma semana. Valdir Espinosa, o técnico do título mundial, faleceu. Vai ter Gre-nal na Libertadores. Porém, uma coisa permaneceu imutável. O Grêmio, para variar, patrolou o Juventude. Venceu o time de Caxias do Sul por 3 a 0 na Arena. O jogo válido pela primeira rodada do returno do Gauchão serviu para o craque Pepê descobrir como funciona a meritocracia mística do Grêmio.

Antes de mais nada, a tacanha mídia esportiva gaúcha insiste em culpar Thiago Neves por tudo. Ele está jogando abaixo do seu patamar? Sim, mas isso não significa que esteja jogando mal. No jogo contra o Juventude fez um primeiro tempo razoável e até meteu uma bola na trave. Mas também é óbvio que quando Jean Pyerre retornar, Thiago Neves vai para o banco.

De volta ao jogo entre Grêmio e Juventude, o time treinado por Renato Portaluppi foi pra cima desde o começo. Tanto que marcou logo aos 7 minutos do primeiro tempo. Diego Souza (nunca critiquei) fez a parede e encontrou Alisson. Ele fez um lançamento na medida para Pepê. Com muita categoria, o atacante dominou no ar e mandou para o fundo das redes. Curiosamente, o árbitro Anderson Daronco assinalou o tento, mas a auxiliar Maria Mastella Moreira deu impedimento. Houve uma espécie de conversa entre a arbitragem (provavelmente Daronco explicando as regras). Depois de seis minutos repassando o básico da arbitragem, o gol foi validado. Em tempo, o gol foi absolutamente legítimo. Pepê não estava impedido.

A pressão em cima do Juventude continuou. Tanto que aos 30 minutos, veio o segundo gol. Após tabela de Caio Henrique e Pepê, o novo reforço da equipe de Renato foi puxado na área. Foi um deslocamento sutil, mas o árbitro estava bem colocado. Diego Souza bateu forte no meio da goleira. Na sequência, Pepê deixou Thiago Neves na cara do gol, mas o meia chutou para fora.

Na segunda etapa, o Juventude melhorou. Passar até a chutar no gol do Grêmio. Nada que assustasse o goleiro Vanderlei. Então, o lateral Orejuela fez um belo passe para Pepê. Livre dentro da área, o atacante deu um drible monumental no goleiro da equipe de Caxias do Sul. Só que Marcelo Carné não deixou barato e derrubou o atacante gremista dentro da área. Pênalti claro. Só que aí Alisson resolveu fazer a cobrança. Alguém precisa avisar a comissão técnica gremista que penalidade máxima não é uma ação entre amigos. O melhor batedor é quem tem a missão de confirmar o gol. Mas aí entra meritocracia mística do Grêmio. Enfim, Alisson bateu de forma displicente e perdeu a oportunidade de ampliar o placar.

A partida seguiu movimentada até o final. Tanto que aos 48 minutos, Alisson foi derrubado dentro da área. Sim! Pênalti de novo! O centroavante Luciano, que entrou no lugar de Diego Souza, cobrou de forma séria, precisa, inapelável. Resultado? Três a zero fora o banho de bola de Pepê e companhia.

Aliás, Pepê foi o nome da partida. Tem visão de jogo, tem habilidade, faz gols e assistências. Não tem como um craque desse nível ficar de fora da equipe titular. Certo? Errado. Pepê descobriu como funciona a meritocracia mística do Grêmio. Basicamente é bem simples. Não importa se você for um gênio do futebol, quem vai ser escalado é um bruxo do Renato. É a própria meritocracia mística!

A próxima partida é na terça-feira, contra o América de Cali, na Colômbia. Sim, é dia de estreia na Libertadores. A partida será realizada às 21h30min.

Jarbas Schier

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