A nostalgia da retranca
Pois é... Mais uma vez a incompetência do Inter foi premiada. A equipe treinada por Falcão se sagrou campeã gaúcha. Foi triste ver o Grêmio entregar de bandeja um título que era quase certo. Como explicar para quem não é do Rio Grande do Sul que o colorado não jogou nada e levou a taça na base da sorte, nos malditos pênaltis? Bem, a resposta é simples o tricolor gaúcho sofre da nostalgia da retranca...
É fato. Com a contratação do técnico Renato Portaluppi, o Grêmio mudou. Passou a jogar para frente de forma destemida e muitas vezes completamente imprudente. Não importa se estiver com 11, 10, 9 ou 7 jogadores em campo. O tricolor gaúcho está sempre no ataque. Isto, é claro, não faz o menor sentido.
No Gre-nal, Renato acelerou o ritmo desde o início da partida. A pergunta que não quer calar é: por quê? Não havia a menor necessidade. O Inter estava em desvantagem. Era ele quem precisava correr atrás do marcador. Ao humilhar o colorado nos 30 minutos iniciais, provocou uma reação no quase sempre apático Falcão. Depois de cometer um erro atrás do outro, ele conseguiu acertar ao promover a entrada de Zé Roberto. Foi a partir dessa modificação, que o Inter ganhou a partida e o título.
O que Renato deveria ter feito? Simples. Era só tocar a bola para o lado e ver o tempo passar. O ritmo do Gre-nal deveria ter sido modorrendo e previsível ao invés de alucinante e incontrolável. Quer coisa pior do que um claudicante Andrezinho marcar um belo gol no final do primeiro tempo?
E as coisas desandaram ainda mais para o Grêmio. O Inter chegou a obter a sonhada vantagem de 3 a 1. Só mesmo a brutal incompetência do goleiro Renan, permitiu a Borges fazer 3 a 2 e levar o jogo para os pênaltis. Em tempo, Renato tem de aprender que o tricolor não pode jamais em tempo algum levar três gols no Estádio Olímpico em um Gre-nal. A defesa gremista tem de ser impenetrável como um livro de Saramago.
Na hora das penalidades a sorte estava do lado do Inter. Victor pegou dois, mas Renan pegou três. Vale notar que o goleiro gremista fez a sua parte. Mas com batedores do calibre de Adilson é muito complicado. Já o guarda-redes colorado terminou o clássico consagrado. É dose para mamute.
Enfim, a incompetência colorada continua. E só é superada pela demonstrada diretoria gremista. E isso explica muita coisa. Aliás, explica praticamente tudo...
