É preciso flambar o Jonas

Se o Grêmio não está 100% em forma nesse início de temporada não se pode dizer o mesmo de sua torcida. Sim, a social— o maior exército de corneteiros da nação gremista— fez uma excelente pré-temporada e entrou no Estádio Olímpico para reclamar de tudo e de todos. E já começou vaiando o artilheiro do time, o centro-avante Jonas.

Sim, Jonas foi o artilheiro do campeonato brasileiro de 2010. Com isso, deve ter imaginado que se transformou em ídolo da torcida gremista. Ledo engano. Para conquistar os torcedores da social ele tem de vencer, no mínimo, uma Libertadores da América. Até agora, ele não ganhou nenhum título realmente relevante para o tricolor gaúcho.

Só que, verdade seja dita, Jonas se irritou com a torcida por causa das vaias recebidas durante a partida contra o São José de Porto Alegre no Estádio Olímpico. De fato, o artilheiro estava em uma noite pouco inspirada, perdia gols feitos - como sempre - e errava vários passes.

O detalhe interessante é que o centro-avante melhorou com as vaias. Ou seja, é preciso flambar o Jonas. Não adianta. Ele não funciona na base do amor e do carinho. E já que é assim, a social vai fazer a sua parte. Toda vez que Jonas pegar na bola os torcedores têm a obrigação de cornetear o artilheiro. O que importa é vencer o jogo. E se ele joga melhor sobre pressão, tanto melhor.

No domingo, o Grêmio B (de barbaridade) venceu o Canoas por 1 a 0. Não foi um bom jogo, nem poderia ser. Mas o resultado foi importante. A equipe treinada pelo técnico Renato Portaluppi chegou aos 8 pontos do Grupo 2 e obteve a segunda vitória consecutiva.

Vale dizer que na quarta partida do Grêmio na competição, o time reserva recebeu o auxílio de Victor, Lúcio e Adilson na equipe. Mesmo assim, o confronto só foi decidido em uma penalidade máxima. Aos 40 minutos do primeiro tempo, em um cruzamento para a grande área, a bola bateu na mão de Cleiton e o árbitro marcou pênalti para o Grêmio. Nada a discutir, nem a contestar. Júnior Viçosa cobrou alto no canto esquerdo de Anderson e fez 1 a 0.

Agora, na próxima quarta-feira, 26 de fevereiro, o Grêmio vai encarar, no Uruguai, seu primeiro compromisso na Libertadores de 2011, contra o glorioso Liverpool, que conta na torcida com todos fãs dos Beatles. Não vai ser um jogo fácil. É preciso levar a sério. O Liverpool não pode se transformar no Mazembe da América do Sul. Fica o aviso.

Já o Inter segue igual. Não joga nada, mas ganha. Antes que a patuleia colorada saia comemorando o título antes da hora, cabe uma ressalva. A chave do Inter é absurdamente mais fácil do que a do Grêmio. Por isso, os resultados obtidos pelo pessoal do Beira-Rio. Mas no segundo turno tudo pode mudar.

Jarbas Schier

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